Mariliz: Guimarães usa esposa como álibi para se defender de acusações
A comentarista do UOL News Mariliz Pereira Jorge falou hoje sobre a atitude de Pedro Guimarães, presidente da Caixa Econômica Federal, de levar sua esposa para um evento do banco e afirmou que ele a utiliza "como uma espécie de escudo" para se defender das acusações de assédio sexual contra funcionárias da estatal.
Guimarães chegou à cerimônia de divulgação do Plano Safra 2022/2023 na manhã de hoje em Brasília acompanhado de Manuella Pinheiro Guimarães. Para Mariliz, o presidente da estatal usa a esposa como um álibi.
"Estamos vendo com certa recorrência pessoas acusadas de uma conduta errada usando pessoas com quem tem relação para justificar uma má conduta. É horrível, mas sabemos que isso acontece. Fico me colocando no lugar da mulher do Pedro Guimarães e penso como ela está se sentindo em ser usada como álibi para o mau comportamento dele", disse durante participação no UOL News.
O próprio presidente do banco anunciou a presença da esposa no evento e, em dado momento de seu discurso, também a citou.
"São quase 20 anos juntos, dois filhos, e uma vida inteira pautada pela ética. Tanto é verdade que, quando eu assumi o banco, o banco tinha os piores ratings (índices) das estatais. Hoje somos um exemplo, eu tenho muito orgulho do trabalho de todos vocês e da maneira em que eu sempre me pautei em toda a minha vida", disse.
Mariliz também afirmou que a atitude de Guimarães é típica de uma pessoa completamente descolada da realidade, mas que as acusações não a surpreendem. "Infelizmente esse comportamento do Pedro Guimarães não me deixa surpresa. A gente sabe que essas pessoas ligadas ao bolsonarismo têm um pensamento muito machista sobre a sociedade, mulheres e relações de homem e mulher. Me pergunto qual parte gente como Pedro Guimarães não entendeu ainda que assédio sexual é crime", disse.
Por fim, a comentarista também citou uma informação de que a própria Caixa Econômica Federal já sabia dos abusos desde 2019, mas acabou acobertando os casos. "É uma situação muito grave e que deixa o Pedro Guimarães cada vez mais complicado. Há relatos de executivos que deixaram a instituição por não concordarem com esse ambiente de assédio".
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