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Caixa: MPT investiga denúncias de perseguição na gestão Guimarães

Pedro Guimarães, ex-presidente da Caixa - Valter Campanato/Agência Brasil
Pedro Guimarães, ex-presidente da Caixa Imagem: Valter Campanato/Agência Brasil

Do UOL, em São Paulo

22/07/2022 19h33

O MPT (Ministério Público do Trabalho) investiga denúncias contra a Caixa Econômica, em referência ao tempo de gestão do ex-presidente da empresa Pedro Guimarães. A apuração trata, principalmente, de transferências de pessoal descritas como arbitrárias e discriminatórias contra funcionários adoecidos e os "incorporados".

Os incorporados são empregados que acumularam função e, consequentemente, salário ao longo do tempo na empresa, mas, na maioria dos casos, foram transferidos para agências quando haviam feito carreira em outras áreas. Além disso, o MPT recebeu relatos de perseguição política e discriminação contra empregados que adoeceram.

Os depoimentos são referentes a 2020 e apenas à sede da Caixa em Brasília (DF). Dados do banco acessados pela defesa dos denunciantes indicam que, somente em novembro de 2020, 123 funcionários incorporados foram transferidos da Central e da Logística para agências. Em comparação, os não incorporados foram quatro.

Em contato com o UOL, a advogada Laís Carrano, da LBS Advogados e que acompanha os denunciantes, afirmou que a "Caixa pode realocar seus funcionários. Porém, quando isso ocorre como mecanismo de discriminação e perseguição é ilegal, então chama a atenção o número e o recorte. O que se espera encontrar com a investigação são as reais razões desse tratamento e buscar reparação pelas ilegalidades".

Em resposta a questionamentos do UOL, a Caixa Econômica afirmou que "não comenta ações judiciais em curso".

O caso enviado para o MPT é contra a Caixa, mas se acumula a denúncias contra a gestão de Pedro Guimarães na empresa. Relatos de assédio sexual supostamente cometidos por ele foram publicados pelo site Metrópoles e, dias depois, Guimarães pediu demissão da Caixa. Ele nega as acusações.

Ontem, o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários do Estado do Maranhão entrou com uma ação contra o banco, que pede uma indenização por dano moral coletivo de R$ 100 milhões, motivada pelas denúncias de assédio do ex-presidente.