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Secretário da Fazenda de Rodrigo Garcia declara voto em Lula

O economista Felipe Salto, hoje secretário da Fazenda de São Paulo - Waldemir Barreto/Agência Senado
O economista Felipe Salto, hoje secretário da Fazenda de São Paulo Imagem: Waldemir Barreto/Agência Senado

Do UOL, em São Paulo

11/10/2022 10h24Atualizada em 11/10/2022 10h24

O economista Felipe Salto, secretário da Fazenda de São Paulo pelo governo de Rodrigo Garcia (PSDB), declarou voto em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições presidenciais em uma carta conjunta, que conta também com outros economistas e acadêmicos.

No manifesto, chamado "Reconstrução", os signatários afirmam que, embora não "perfeita", a chapa Lula-Alckmin "é a única que se baliza pelo respeito aos valores democráticos e a institucionalidade prevista na Constituição formulada após a derrubada da ditadura militar".

A questão ambiental também aparece enfaticamente na carta. "Para a reconstrução ocorrer é preciso, primeiro, que se interrompa a destruição. Ela é encarnada pelo atual presidente Jair Bolsonaro. Caso ele se reeleja, não há como se falar em reconstrução", diz o texto.

A carta é assinada por Felipe Salto, Laura Karpuska, João Villaverde, Mathias Alencastro, Fernanda De Negri, Natalie Unterstell, Tainá Pacheco, Laryssa Kruger, Rodrigo Brandão, Karina Sayuri Sataka Bugarin, Laura Carvalho, Daniel Barros, Nathalia Novaes Alves, Laura Trajber Waisbich, Rodrigo Orair, Talita Nascimento, Paula Pereda e Gustavo Tosello Pinheiro.

Garcia apoia Bolsonaro, e voto aberto gerou debandada de secretários. A declaração de voto do secretário de Garcia ocorre na semana posterior ao apoio "incondicional" do governador ao presidente Jair Bolsonaro (PL), que tenta a reeleição.

O endosso de Garcia aconteceu na semana passada, na terça-feira (4). No dia seguinte, anunciaram a demissão do governo o deputado federal Rodrigo Maia (secretário de Projetos e Ações Estratégicas), ex-presidente da Câmara e um dos principais críticos de Bolsonaro, Zeina Latif (Desenvolvimento Econômico) e Laura Muller Machado (Desenvolvimento Social).

Felipe Salto anunciou que não sairia do cargo por "compromisso" com a equipe da Secretaria da Fazenda.

Economistas tucanos também endossaram Lula. O candidato petista também recebeu apoio de nomes historicamente ligados a quadros do PSDB, como os "pais do Plano Real" André Lara Resende, Pérsio Arida, Pedro Malan, Armínio Fraga e Edmar Bacha.

"Votaremos em Lula no 2º turno; nossa expectativa é de condução responsável da economia", escreveram os quatro últimos em um comunicado conjunto.

Lula tem sido pressionado a divulgar mais detalhes sobre seu plano de condução da economia a fim de referendar o apoio recebido.

"A coisa está colocada entre democracia e não, o programa [econômico] vem depois. Porém, com a correlação de forças no Congresso estabelecida, o Lula está na obrigação de apresentar um programa econômico mais claro, e especialmente mais claro em relação à responsabilidade fiscal", avaliou o colunista do UOL José Paulo Kupfer.