Camisa da seleção é vendida a partir de R$ 40 em site. É idêntica?
A nova camisa da seleção brasileira de futebol está à venda desde agosto deste ano. Mas tem muita gente achando a camisa cara e optando por comprar itens muito parecidos pela internet. Na Shopee, camisas são anunciadas por um valor até oito vezes menor do que o preço oficial anunciado pela Nike — a reportagem encontrou camisas na Shopee a partir de R$ 39,99 que, segundo os comentários de compradores, é idêntica à original.
No início do mês, a mesma camisa estava sendo vendida por R$ 29,99. Até as 12h15 do dia 18 de novembro, a camisa tinha avaliação 4,7 de 5 no site. Apenas 13 avaliações eram uma estrela de 729 avaliações. Do total, 591 deram cinco estrelas à peça.
Também são encontradas camisas com outros preços, de até R$ 100.
A camisa oficial do uniforme do Brasil para a Copa do Mundo custa R$ 349,99 e é vendida pela Nike e pelos revendedores autorizados.
Diferença de preços: O diretor-executivo da Ápice (Associação pela Indústria e Comércio Esportivo), Renato Jardim, diz que camisas com preços tão baixos, provavelmente, são fruto de pirataria.
Jardim diz que este tipo de venda normalmente entrega produtos de baixa qualidade, feito por mão de obra análoga à escravidão e envolvendo sonegação de impostos.
Jardim diz que é difícil encontrar camisas originais com preços diferentes. Isso porque a marca faz um trabalho para que todos os vendedores tenham a mesma oportunidade de venda — que um não consiga fazer uma promoção que o outro não tem condições, por exemplo.
No pós-Copa, é mais possível que haja promoções e os preços fiquem diferentes em cada uma das lojas.
E-commerce facilitou acesso à pirataria: Antes, Jardim diz que as camisas falsas da seleção camisas eram mais vendidas em centros comerciais populares, como a 25 de Março em São Paulo, ou na porta de eventos esportivos. Com a internet, Jardim diz que a pirataria chega a lugares a que antes não teria tanto acesso.
Como identificar produtos falsos: Jardim diz que o primeiro passo é checar os vendedores dos produtos. Itens esportivos costumam ter vendedores oficiais autorizados. No caso das camisas, a Nike e a Centauro são alguns exemplos.
Consumidores dizem que camisas são idênticas: Nas redes sociais, consumidores que optaram por adquirir camisas não oficiais comemoraram pelo fato de serem idênticas às originais.
No TikTok, alguns usuários fizeram vídeos da compra da camisa da Shopee comparando a peça com a original.
Setor pede papel firme de varejistas: Para Jardim, não existe uma solução simples para resolver a pirataria. O executivo diz que é preciso uma atuação conjunta do poder público, do setor privado e dos varejistas, principalmente o e-commerce.
A Shopee e outras plataformas não podem tolerar essa prática. Elas podem servir para prevenir e combater os produtos falsos e, assim, estariam jogando em prol do Brasil, da indústria e do consumidor.
Renato Jardim, diretor-executivo da Ápice
Procurada pelo UOL, a Shopee afirma que proíbe a venda de produtos falsificados no marketplace e que assim que recebe informações sobre produtos falsos, retira os itens da plataforma.
"A Shopee tem o compromisso de conectar empreendedores e consumidores brasileiros em uma experiência de compra fácil, segura e agradável para todos em nossa plataforma. Exigimos que todos os vendedores cumpram os regulamentos aplicáveis e nossos Termos de Serviço, que, entre outras coisas, proíbem a venda de produtos falsificados no marketplace. Também tomamos medidas proativas para educar os vendedores e ajudá-los a cumprir melhor as regulamentações e políticas relevantes e oferecemos canais de denúncia para usuários e marcas. Assim que recebemos as informações, removemos imediatamente produtos e dependendo da situação, até vendedores", afirma a Shopee, em nota.
Questionada especificamente sobre o anúncio da camisa da seleção por R$ 40, a Shopee não se manifestou até a última atualização desta reportagem.
Camisas oficiais em falta: Quem tentou comprar uma camisa oficial da Nike nos últimos dias sabe que está difícil de encontrar - pelo menos na internet. A reportagem procurou as camisas amarela e azul de 2022 da seleção brasileira e não encontrou nenhuma das cores no site da Nike nem no da Centauro.
De acordo com a marca, a procura por camisas foi maior do que o esperado. Não é novidade dos últimos dias. Uma reportagem do UOL Esportes de setembro já mostrou que as camisas estavam em falta.
O UOL tentou contato com a Nike para saber a opinião da empresa sobre a venda de camisas falsificadas e sobre a dificuldade de encontrar camisas por preços abaixo do oficial, mas não obteve resposta até o fechamento da reportagem.
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