Haddad diz que gestão Dilma teve equívocos: 'Governos erram diagnóstico'
Em entrevista à GloboNews, o futuro ministro da Fazenda Fernando Haddad (PT) reconheceu erros econômicos dos mandatos de Dilma Rousseff (PT). Para ele, houve um "erro de diagnóstico" com relação à crise econômica internacional começada em 2008.
No ano em questão, Haddad avalia que foram tomadas medidas anticíclicas, ou seja, aquelas que visam minimizar perdas econômicas e maximizar os ganhos que geram crescimento, especialmente para lidar com o preço dos combustíveis. Ele no entanto, pondera que o problema foi atacado sem que se fosse sabida sua dimensão.
"Todo governo se mobilizou em torno do enfrentamento daquela crise. Questões estruturais da economia mudaram, economia mundial mudou. O governo na época tomou decisões achando que a crise não era estrutural, aquele foi um erro de diagnóstico", afirma.
O petista ainda prometeu se reunir com o futuro presidente da Petrobras a ser escolhido por Lula para avaliar políticas para o setor.
Ele também disse não temer o diálogo com Aloísio Mercadante, escolhido para presidir o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e que "a pior coisa que pode acontecer nesse momento é a gente ficar dissonante".
Outros assuntos
Fernando Haddad, afirmou hoje que os investidores precisam de um pouco mais de tranquilidade e esperar para ver as medidas que serão implementadas no governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
Haddad criticou as medidas adotadas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) antes das eleições. "Temos um desafio muito grande, o governo diante da iminente derrota tomou uma série de providências ao arrepio da equipe econômica, o que fizeram é loucura", apontou, citando a redução da fila do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e a inclusão de beneficiários no Auxílio Brasil.
O futuro ministro disse também que pretende ter 100% de seu time decidido até o final da próxima semana, e também indicou o desejo de criar um conselho na pasta para ouvir periodicamente. Esse grupo seria composto por alguns dos economistas que apoiaram a eleição de Lula, como Persio Arida e André Lara Resende.
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