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Lira exalta Haddad, mas diz que reforma 'radical' não passará no Congresso

Do UOL, em São Paulo

15/02/2023 14h15Atualizada em 15/02/2023 17h46

Durante discurso em evento do banco BTG Pactual, em São Paulo, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que o Congresso fará a reforma fiscal "possível", e "não a que cada um tem na cabeça".

Segundo Lira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, teria concordado em apresentar um "texto médio" aos parlamentares.

Um texto radical para um lado ou outro não terá sucesso no Plenário do Congresso"
Arthur Lira

O presidente da Câmara disse que espera um projeto de reforma fiscal "equilibrado, que trate de responsabilidade fiscal sem esquecer responsabilidade social". A preocupação socioeconômica é uma bandeira defendida pelo presidente Lula (PT) em seus discursos.

Lira ainda fez elogios a Haddad pelo seu relacionamento com o Congresso para tratar sobre o tema econômico. O ministro já teria até se reunido com todos os líderes parlamentares para buscar apoio e ouvir soluções, segundo o presidente da Câmara.

O ministro Haddad tem sido uma das figuras mais importantes do PT no diálogo com Congresso. Ele não tem se furtado, se ausentado, mas tem conversado e mostrado interesse"
Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados

Autonomia do Banco Central

No sentido contrário às críticas de Lula ao BC (Banco Central), Lira ainda afirmou não enxergar "má vontade nem má-fé que justifique qualquer ação mais incisiva" do presidente em relação ao órgão monetário. Por fim, o deputado disse não ver "nenhuma possibilidade de mudança em relação à autonomia do BC", algo defendido por congressistas do PT e aliados de Lula.

Lula e Campos Neto [presidente do BC] são duas pessoas que vão saber dialogar. [É preciso] trazer esse debate para o bastidor, ajustar o que for preciso"
Arthur Lira

Nova âncora fiscal

Hoje, no mesmo evento, o ministro da Economia disse que o governo Lula deve apresentar uma nova âncora fiscal até março. Segundo Haddad, o objetivo da antecipação é melhorar o diálogo sobre a nova regra para o controle das contas públicas.

Inicialmente, o texto seria apresentado em abril para tramitar junto à LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) no Congresso, disse Haddad. Porém, em conversa com a ministra Simone Tebet e com o vice-presidente Geraldo Alckmin — das pastas do Planejamento e Desenvolvimento, respectivamente — ficou decidido o adiantamento do projeto.

Nós vamos em março, provavelmente, anunciar o que nós entendemos que seja a regra fiscal adequada para o país. O Congresso estabeleceu agosto, tínhamos puxado para abril por causa da LDO, mas a Simone ponderou, com razão, e Alckmin também, que para mandar pro Congresso junto com a LDO era bom a gente ter um período de discussão, porque não tenho a pretensão de ser o dono da verdade."
Fernando Haddad