Desemprego sobe a 8,8% no 1º trimestre e atinge 9,4 milhões, diz IBGE
A taxa de desemprego no Brasil subiu para 8,8% no primeiro trimestre do ano, informou nesta sexta-feira (28) o IBGE. Apesar do aumento, é o menor resultado para o período desde 2015.
O que aconteceu:
Número de brasileiros desempregados cresceu 10% e chegou a 9,4 milhões na comparação com o trimestre anterior. Isso representa 860 mil pessoas a mais procurando por trabalho. O resultado ficou dentro das expectativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que estimavam uma taxa de desemprego entre 8,5% e 9,1%, com mediana de 8,9%.
No 4º trimestre do ano passado, a taxa de desemprego foi de 7,9%. No trimestre encerrado em fevereiro, tinha ficado em 8,6%.
No primeiro trimestre, o número de brasileiros ocupados caiu 1,6% (menos 1,5 milhão de pessoas). São 97,8 milhões de brasileiros com trabalho, diz o IBGE.
O nível de ocupação, que considera pessoas em idade para trabalhar, está em 56,1%. É uma queda de 1 ponto percentual frente ao trimestre anterior (57,2%), mas 1 ponto percentual maior do que igual trimestre de 2022 (55,2%).
A população fora da força de trabalho foi estimada em 67 milhões de pessoas. O grupo considera pessoas que buscaram trabalho, mas não estavam disponíveis, e pessoas que não buscaram trabalho, mas estavam disponíveis.
O rendimento real (R$ 2.880) ficou estável no trimestre e cresceu 7,4% no ano. Houve aumento em Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (mais R$ 82) e Serviços domésticos (mais R$ 21). Do lado das reduções, está Transporte, armazenagem e correio (menos R$ 107).
Esse movimento de retração da ocupação e expansão da procura por trabalho é observado em todos os primeiros trimestres da pesquisa, com exceção do ano de 2022, que foi marcado pela recuperação pós-pandemia. Esse resultado pode indicar que o mercado de trabalho está recuperando seus padrões de sazonalidade, após dois anos de movimentos atípicos.
Coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy
Diferença entre Pnad e Caged
Dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) são do governo federal. Os números se referem apenas a contratos regidos pela CLT, e são as próprias empresas que preenchem as informações em um sistema próprio.
Já a Pnad do IBGE é mais ampla, e compreende o mercado de trabalho informal. O levantamento é feito com entrevistadores, que perguntam sobre a situação de trabalho de uma amostra da população.
Metodologia
A Pnad Contínua é o principal instrumento para monitoramento da força de trabalho no país. A amostra da pesquisa por trimestre no Brasil corresponde a 211 mil domicílios pesquisados. Cerca de dois mil entrevistadores trabalham na pesquisa, em 26 estados e no Distrito Federal.
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