Festival de Jornalismo: Thaís Bilenky traz bastidores do podcast Alexandre
"A gente discutiu muito essa trilha", disse Thaís Bilenky, repórter e colunista do UOL, sobre o batidão que abre os 6 episódios do podcast "Alexandre". O receio era afetar a objetividade de um projeto que prezou pelo rigor jornalístico. Mas a verdade é que, ao trazer a influência do funk paulistano, a melodia fazia a conexão com a cidade onde nasceu Alexandre de Moraes. Combinou direitinho.
Thaís, que fez a reportagem, o roteiro e a apresentação do podcast, e o jornalista e fundador da Trovão Mídia, José Orenstein, que dirigiu o projeto, compartilharam os bastidores dessa produção com a audiência do 1º Festival UOL Prime de Jornalismo, que rolou no último dia 21, em São Paulo no painel, "Como manter o jornalismo relevante em meio a tantas opções de entretenimento", mediado pela gerente-geral de projetos editoriais e novas iniciativas do UOL, Tatiana Schibuola.
Bilenky contou sobre a preocupação em manter uma apuração jornalística rigorosa para produzir os episódios. "A concepção foi muito bem pensada, desde a trilha, o tratamento de roteiro para deixá-lo enxuto, ao mesmo tempo que se atenta a padrões jornalísticos de objetividade e imparcialidade, com apurações que acontecem até o último minuto", comentou a apresentadora.
Para funcionar e gerar engajamento dos ouvintes, foi preciso adaptar o resultado da apuração para o formato. "Diferentemente da pirâmide invertida, a que os jornalistas sempre recorrem, entregando as informações mais importantes logo no início de um texto, a gente precisou criar uma curva narrativa que tivesse suspense, emoção, deixasse algumas surpresas mais pro final", entregou Orenstein.
Ele acredita muito no formato de podcasts e defendeu o engajamento que este tipo de mídia cria. "É muito mais envolvente, sem contar a vantagem de poder consumi-lo enquanto faz outras tarefas."
E quem paga a conta? Lá fora, a Economist lançou uma assinatura de áudio pelo valor de £4,90 por mês (£49 por ano), e o The New York Times oferece assinaturas separadas para jornalismo e para games, agora, com um pacote "all access", que inclui NYT Áudio, The Athletic (Esporte), Wirecutter (avaliações), Cozinha e Jogos.
Os episódios de "Alexandre" foram ouvidos mais de 2 milhões de vezes, segundo Orenstein. Apesar do sucesso, "gerou zero reais", lamentou. Aqui no Brasil, há poucos cases de sucesso, como o "Não inviabilize", da Déia Freitas, com mais de 250 milhões de reproduções e que conta com uma base de cerca de 20 mil assinantes - podcast não jornalístico, com foco em comportamento.
Para os grandes publishers, apoiar projetos como esse pode servir de gatilho para aumentar a fidelidade e o engajamento de suas audiências - e garantir, principalmente, relevância. Os fãs de Thaís Bilenky podem aguardar, em breve um novo podcast aqui no UOL.
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No dia 21 de fevereiro, o UOL realizou a primeira edição do Festival UOL Prime de Jornalismo, com painéis enriquecedores sobre assuntos em voga no cenário jornalístico brasileiro atual, como a "Cobertura justa em tempos de polarização", "Desafios da distribuição: o que fazer para o jornalismo chegar nas pessoas?" e "Como manter o jornalismo relevante em meio a tantas opções de entretenimento". Entre os convidados, estavam nomes como Marco Túlio Pires, líder do Google News Lab no Brasil; Thais Bilenky, colunista do UOL; e Patrícia Campos Mello, repórter especial da Folha de S.Paulo. O evento também celebrou os finalistas do 6º Prêmio UOL de Conteúdo, destacando os melhores trabalhos jornalísticos de 2023 em seis categorias, incluindo Impacto, Investigação e Produto Audiovisual.
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