Bilionário ativista Bill Ackman lista 4 lições essenciais para o sucesso

Bill Ackman, bilionário e fundador da Pershing Square Capital Movemsnt, destacou o que julga importante para que um investidor tenha sucesso na trajetória. O executivo participou do painel "Perspectivas de Investimento" com Pedro Farias, da Berkshire Partners, durante o evento Brazil Conference neste domingo (7), no MIT (Massachussets Institute of Technology).

O que aconteceu

O investidor destacou a importância de aprender com os erros — algo inevitável. "A experiência, como eu gosto de dizer, não são erros. O que você não quer fazer é o mesmo erro duas vezes. Na verdade, também, a melhor forma de aprender erros é ler sobre os erros de outras pessoas", declarou.

Ele ainda reiterou que, no mercado de investimentos, tudo é probabilidade. "Não há certezas. Há certas coisas que você deve aprender e nunca mais fazer. Mas, além disso, é apenas estudar, pensar, entender os princípios atuais e ir em frente", diz ele. Segundo a Forbes, sua fortuna é de US$ 4,3 bilhões.

O executivo elencou alguns pontos importantes para todos os investidores:

A primeira delas é que há uma infinidade de aprendizados que podem ser absorvidos por meio da leitura, mesmo que não seja na faculdade.

Em seguida, ter a consciência de que após a graduação, o investidor não deve pensar em quanto dinheiro ele ganhará no primeiro ou segundo ano. "O que importa é que você ainda está em uma curva de aprendizagem máxima. O que importa é com quem você trabalha e, por isso, não importa o nome da empresa, mas as pessoas com quem você vai estar envolvido", diz ele.

O sucesso de longo prazo depende de como as pessoas lidam com a falha, por mais vitoriosa que seja a trajetória de vida. Ele cita como exemplo os estudantes brasileiros que estudam em Harvard. "O que provavelmente significa que você já teve um sucesso tremendo, e então você é mimado por isso. E aí você vai para Harvard e faz um bom trabalho. Assim por diante, tudo o que você já teve foi um sucesso. E você vai falhar, algo vai falhar: pode ser a sua saúde, pode ser uma relação importante, pode ser um problema com a sua família. Ou você vai fazer um erro no seu trabalho, ou você vai perder dinheiro... Minha abordagem para lidar com erros é dizer: 'Espere que é inevitável'. E estude: faça um ajuste do caminho e então comece a fazer progresso. Mas não espere progresso o tempo todo", diz.

Por fim, priorizar a saúde acima de qualquer coisa. "Quando você é jovem, você não se preocupa tanto. Mas as coisas que você faz quando você é jovem têm um impacto de longo prazo. Realmente importa o que você coloca no seu corpo. Pensem em consumo de álcool, minimizem. Drogas, minimizem. Mesmo drogas de prescrição, minimizem. Cada droga tem seu efeito. Correr, levantar, se exercitar, fazer algo, praticar um esporte: isso é realmente importante para a sua durabilidade a longo prazo."

Investidor ativista

Formado na Harvard Business School, Ackman é conhecido pelo seu perfil ativista. O investidor ativista é aquele que assume uma posição de referência em uma companhia, para influenciar suas decisões.

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Ele criticou a recente decisão da Disney, de rejeitar em seu novo conselho aliados do investidor ativista Nelson Peltz. A "briga" durou meses, porque a empresa Trian Partners, comandada por Peltz, queria destituir dois diretores, Maria Elena Lagomasino e Michael Froman, alegando baixo desempenho das ações.

O investidor discordou da decisão da Disney. "Mesmo que ele só não concorde com o CEO, é valioso ter alguém sentado na sala. Eu não concordo com a Disney. Você não quer um grupo de pessoas que apenas apoiem o CEO", diz. "Quando você está falando sobre o fundamentalismo ativista, você escolhe uma empresa, você faz uma diligência, e você investe porque você acha que essa empresa tem potencial".

Sobre suas opiniões, Ackman diz que para o trabalho de um investidor, o que acontece no mundo é realmente muito importante. Além de dados como taxas ou PIB, questões sociais são importantes. "O que está acontecendo na sociedade, o que está acontecendo nos campos universitários, o que está acontecendo com as ideologias e como elas são promulgadas e impactam no negócio. A nossa geração que é responsável por o que está acontecendo no mundo", diz.

Corrida para a IA

Para Ackman, o mais complicado para qualquer investidor é, antes de tudo, saber quando determinados negócios vão passar por algum tipo de disrupção, como é o caso da inteligência artificial. "A IA é uma enorme mudança e disrupção. E há constantes mudanças no mundo, obviamente", diz.

Entre as big techs que estão na corrida da IA, Ackman diz que nenhuma vai vencer, necessariamente, mas destaca o trabalho que o Google tem feito. Cerca de 18,5% do portfólio do investidor é composto por ações Classe A e Classe C da Alphabet, dona do Google. "Nós pensávamos que a IA era um risco para a Alphabet, parte do negócio, e nós passamos a maior parte da nossa análise sobre onde eles se posicionam em relação ao Microsoft e outros".

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Além dos recursos financeiros que eles possuem, eles têm dados incríveis, a capacidade para que eles construam modelos baseados em dados provavelmente paralelos. Eles têm enormes resultados, enormes recursos de processamento, enormes dados, enormes recursos financeiros, e eles começaram cedo. Não sei se vai ter um vencedor na IA., mas eu acho que o que nós concluímos foi que o Google vai fazer um tipo de processo de pesquisa, e o real estado que eles tem no espaço, e a mente do consumidor, etc., vai ser uma barreira [ultrapassada] muito significativa.

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