Jovem diz que levou golpe da Riachuelo; veja se cartões de loja são furada
Isabela Cesário Lamarca, estudante, relatou ter sido coagida por funcionários da Riachuelo em uma loja no Distrito Federal a fazer um cartão de crédito da loja. Ela foi convencida a fornecer seu CPF para uma verificação de crédito e pressionada por uma vendedora e um superior, que afirmaram que ela ficaria com uma dívida se não aceitasse o cartão, e acabou fazendo o cartão, contou ela em relato nas redes sociais.
A sua compra de R$ 149,80 se transformou em uma fatura de R$ 237,59, incluindo taxas de serviços como seguros de cartão, de saúde e residencial, que ela não autorizou ou dos quais não foi informada, conta ela em vídeo. A Riachuelo negou as acusações, afirmando que o cartão foi feito com a concordância da cliente.
Mas cartão de loja é sempre uma furada? UOL conversou com especialistas para entender quais são os principais riscos associados aos cartões de loja de que os consumidores devem estar cientes antes de optarem por um.
O que considerar antes de fazer um cartão
"O primeiro e principal problema é a decisão de ter mais um cartão entre, provavelmente, muitos", diz Thiago Martello, educador financeiro e diretor da Martello Educação Financeira.
O cartão de crédito é apontado como o principal vilão das dívidas. Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), 75% das pessoas que têm problemas com dinheiro dizem que começaram a ter esse problema por conta do cartão de crédito. "Mas sabemos que o cartão de crédito não se gasta sozinho, são as pessoas que usam esse cartão", diz o especialista.
A principal ameaça dos cartões de loja reside nas altíssimas taxas de juros. As taxas de cartões de crédito estão entre as maiores do mercado. Assim, qualquer saldo devedor acumulará juros rapidamente, tornando o pagamento da dívida cada vez mais difícil.
Esses cartões podem vir com anuidade e taxas. É o caso das taxas de emissão de boleto e seguros embutidos.
Outro ponto é o limite de crédito geralmente baixo oferecido por esses cartões. Isso significa que você pode atingir o limite rapidamente, o que, combinado com as altas taxas de juros, pode levar a um ciclo vicioso de dívidas.
A facilidade de obtenção e o crédito disponível podem incentivar compras por impulso e gastos desnecessários. Isso dificulta o controle financeiro e o planejamento a longo prazo. E, como relatado por Isabela, cancelar o cartão pode ser uma tarefa burocrática com cobranças adicionais, prendendo o consumidor a um produto que não deseja mais.
Como não ser levado a abrir um cartão sem necessidade
Faça uma verificação crítica: há necessidade de ter mais esse cartão?
Leia o contrato e as condições gerais, saiba o que está ou não incluso no cartão.
Aproveite os benefícios sem sofrer os malefícios. "Vou dar um exemplo pessoal: eu estava em uma loja comprando uma colcha de cama. Gostei do modelo e o preço estava bom. No caixa, a atendente me ofereceu um cartão, dizendo que eu teria um desconto de 15% e poderia parcelar a compra em várias vezes. Perguntei sobre taxas adicionais e pedi para ler as condições gerais. Após conferir que não havia custos ocultos, utilizei o cartão para obter o desconto, paguei a fatura integralmente e depois cancelei o cartão. Dessa forma, obtive o benefício sem me comprometer com mais um cartão para gerenciar e mais gastos", diz Martello.
Não confie apenas nos vendedores, sempre repense, análise e aja de forma estratégica.
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O problema não está no produto em si: a questão é a falta de clareza na venda, de acordo com Vinicius Moura, economista e sócio da Matriz Capital. "Desde que o consumidor saiba e esteja disposto a ter o serviço, está tudo certo. Por exemplo, um seguro de vida ou um seguro de acidentes pessoais pode fazer sentido para algumas pessoas. O problema é que isso não é comunicado de forma clara; é colocado no meio das informações e às vezes nem é mencionado explicitamente. A pessoa só descobre que adquiriu esse seguro, e que terá que pagar por ele, cerca de 30 dias depois", comenta o especialista.
Os consumidores precisam ser cautelosos e proativos para identificar e entender as taxas ocultas associadas aos cartões de loja.
A primeira medida é não confiar plenamente no vendedor. "Ele pode ter metas a cumprir e pode dizer qualquer coisa para você se decidir pelo cartão, seja por falta de escrúpulos ou por falta de informação. Além disso, quando você perceber o problema, trinta dias depois, é possível que o vendedor nem esteja mais lá", relata Martello.
A segunda ação é consultar as condições gerais do cartão. Na dúvida, é possível pesquisar online, acessando sites como o Reclame Aqui.
Que medidas você pode tomar
- Caso você seja de práticas injustas ou enganosas relacionadas aos cartões de loja, existem medidas que pode tomar:
- Registre uma reclamação formal na loja e tente resolver o problema diretamente com eles
- Se não obtiver sucesso, procure o Procon, órgão de defesa do consumidor, para registrar uma reclamação formal
- Em casos de irregularidades mais graves, acionar o Banco Central pode ser uma opção
- Se necessário, busque auxílio jurídico de um advogado especializado para orientação e defesa dos seus direitos
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