Ata do Copom: aumento da projeção de inflação justifica manutenção de juros
A elevação das projeções para a inflação justifica a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) neste mês de manter a taxa de juros em 10,5% ao ano. O BC divulgou na manhã desta terça-feira (25) a ata da sua reunião da semana passada, na qual todos os nove membros concordaram em interromper o ciclo de queda da taxa Selic.
O que aconteceu
O BC publicou nesta manhã a ata da reunião do Copom de 18 e 19 de junho. No encontro, o comitê decidiu manter a taxa básica de juros da economia em 10,5% ao ano.
O comitê, unanimemente, optou por interromper o ciclo de queda de juros, destacando que o cenário global incerto e o cenário doméstico marcado por resiliência na atividade, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas demandam maior cautela.
Ata do Copom
A decisão do dia 19 interrompeu um ciclo de quedas da Selic que havia começado em agosto de 2023. Em sete reuniões seguidas ao longo de dez meses, o Copom tinha reduzido a taxa de 13,75% ao ano para 10,5% ao ano.
A reunião de junho do Copom estava cercada de mais expectativa do que o costume por questões políticas. No encontro de maio, o comitê havia resolvido cortar a taxa em 0,25 ponto percentual, para 10,5% ao ano, em uma decisão que dividiu os membros. De um lado, defendendo uma redução maior, de 0,5 p.p., estavam os diretores indicados pelo governo Lula. Do outro, que acabou prevalecendo, membros mais antigos. Essa discordância alimentou a preocupação de que, quando acabar o mandato do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, em dezembro, um novo chefe indicado pelo atual governo seja mais agressivo nos cortes.
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