Eleições nos EUA e juros da China ajudam Bolsa a subir e dólar a cair
A Bolsa de Valores de São Paulo teve nesta segunda-feira (22) um dia de vai e vem e terminou o pregão em leve alta de 0,26% a 127.952,62 pontos, conforme dados preliminares. O dólar, diferentemente da Bolsa, foi numa direção só: para baixo. Caiu 0,60% e fechou em R$ 5,570.Notícias do exterior, envolvendo a eleição americana, e o corte de juros na China, ajudaram. Aqui, o governo detalhou o orçamento e os cortes de despesas.
O que aconteceu?
O governo federal piorou a projeção de déficit para este ano. Agora, a estimativa é de que as contas públicas vão fechar no vermelho em R$ 28,8 bilhões. As despesas foram revistas para cima em R$ 20,7 bilhões e as receitas foram cortadas em R$ 6,4 bilhões. Mas o congelamento de despesas de R$ 15 bilhões foi reafirmado.
O mercado também repercutiu hoje uma entrevista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a jornalistas de agências internacionais. Lula reforçou o compromisso de cortar gastos. O presidente afirmou que a contenção de R$ 15 bilhões anunciada na quinta-feira (18) não foi a primeira a ser feita pelo governo. E frisou que, se gastar mais do que arrecada, o país "vai quebrar". Ao mesmo tempo, ponderou que a gestão orçamentária à frente vai depender do comportamento das receitas.
Mais cedo, em entrevista a jornalistas de agências internacionais no Palácio da Alvorada hoje, Lula reforçou o compromisso de cortar gastos. O presidente afirmou que a contenção de R$ 15 bilhões no Orçamento de 2024 anunciada na quinta-feira (18) não foi a primeira a ser feita pelo governo. E frisou que, se gastar mais do que arrecada, o país "vai quebrar". Ao mesmo tempo, ponderou que a gestão orçamentária à frente vai depender do comportamento das receitas.
Eleições americanas
O mercado reagiu bem à retirada da candidatura de Joe Biden à corrida presidencial americana. Uma possível eleição de Donald Trump tem maior probabilidade de ser pior para os mercados brasileiros. É o que diz Rafael Yamano, economista da SulAmérica Investimentos. Isso porque os dois partidos americanos dão pouca importância para a responsabilidade fiscal. Os Republicanos sob Trump preferem diminuição de imposto, enquanto os Democratas sob Joe Biden preferiam aumento de gastos (com infraestrutura, por exemplo).
"A irresponsabilidade fiscal americana resulta em aumento de juros", diz Yamano. Isso costuma ser ruim para mercados emergentes, como o Brasil. "Outro ponto que pode fazer Trump ser pior para os preços de ativos brasileiros é o protecionismo. O protecionismo de Trump é amplo e as suas promessas de campanha falam em aumento de tarifas de 10% para todo o comércio internacional", diz o economista. Por isso, o mercado reage bem à renúncia de Biden na corrida eleitoral.
Isso também influenciou o dólar
A decisão do Biden mexeu com o cenário da moeda mundialmente. É o que diz Hemelin Mendonça, educadora financeira e sócia da AVG Capital. "Isso porque a chance de Trump ganhar diminui, então a chance da política ficar mais protecionista enfraqueceu um pouco, o que desvaloriza o dólar", explica ela.
E houve corte de juros na China
No fim da noite de domingo (pelo horário de Brasília), o banco central chinês (PBoC) inesperadamente cortou juros. A baixa foi de 10 pontos-base, uma semana após dados mostrarem que o Produto Interno Bruto (PIB) da China não apenas desacelerou, como avançou em ritmo bem mais fraco do que o esperado no segundo trimestre.
"Não foi um grande corte, mas é uma sinalização de que o governo chinês está preocupado com a atividade econômica", diz Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master. Com isso, o juro básico do país oriental sai de 3,45% ao ano para 3,35%. Assim, aumentam as chances da economia chinesa se aquecer e as empresas exportadoras de produtos básicos brasileiras podem se beneficiar.
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