Bolsa cai e dólar sobe após nova decepção com a China

A Bolsa de Valores de São Paulo tem nesta quinta-feira (17) baixa de 0,81%. Por volta do meio-dia, o Ibovespa ia a 130.682 pontos. A decepção com mais uma medida amena, que não deve ser suficiente para reanimar a economia chinesa — e outro um índice americano que colabora para um corte menor de juros nos EUA - desanima os investidores por aqui.

O dólar estava sendo negociado em alta de 0,08%, indo a R$ 5,668. O dólar turismo ia a R$ 5,89.

O que está acontecendo?

As principais Bolsas asiáticas fecharam em baixa nesta quinta-feira, com nova decepção com medidas para estimular a economia chinesa. Autoridades de habitação da China ofereceram soluções limitadas para facilitar a diminuição do estoque de moradias.

O ministro da Habitação, Ni Hong, anunciou aumento do programa de crédito habitacional para 4 trilhões de yuans (US$ 562 bilhões) até o fim do ano. Assim, o volume de empréstimos vai quase dobrar. Mas o mercado esperava trilhões de yuans para a compra de casas não vendidas.

O mercado imobiliário chinês é um dos maiores consumidores do minério de ferro brasileiro.

Nos EUA

As vendas no varejo aumentaram 0,4% em setembro, acima do total (não revisado) de 0,1% em agosto e melhor que a previsão de 0,3%. Isso significa que os preços estão se estabilizando passo a passo e que o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) poderá fazer uma corte menor de juros em novembro — ou até manter a taxa estável. Nesta quinta, o Banco Central Europeu (BCE) fez um corte suave em sua taxa, de 0,25 ponto percentual, para 3,25% ao ano.

O Departamento do Trabalho dos EUA também informou hoje que os pedidos de auxílio desemprego caíram em 19 mil. O total ficou em 241 mil solicitações na semana que se encerrou em 12 de outubro. Analistas previam 260 mil pedidos.

O comportamento dos índices americanos fortalecem o dólar hoje. "Isso quer dizer que a perda de rendimento dos títulos denominados em dólar não vai cair tão rápido quanto se esperava, o nível de juros vai cair mais devagar e isso ajuda a fortalecer a moeda americana globalmente" diz Leonel Mattos, analista de inteligência de mercado da StoneX.

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Quanto mais tempo os juros americanos permanecerem altos — como estão agora, pior para o Brasil. A taxa atual — entre 4,75% e 5,00% ao ano — ainda é uma das maiores dentre os 20 países mais ricos do mundo. Enquanto elas continuarem nesse alto patamar, os investidores não tiram o dinheiro do Tesouro Americano para se arriscar em mercados emergentes, como o Brasil. E se a taxa Selic aqui subir, a tendência é que a Bolsa fique ainda mais para trás.

No Brasil

Aqui, a inflação continua dando sinais de força. O Índice Geral de Preços dos 10 primeiros dias do mês (IGP-10) subiu 1,34% em outubro, após a alta de 0,18% em setembro. O resultado ficou acima das estimativas, que era de 1,31%. O índice da Fundação Getúlio Vargas acumula alta de 3,91% neste ano. A taxa acumulada em 12 meses ficou positiva em 5,10%.

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