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IPCA-15: Prévia da inflação sobe 0,54%, maior alta para outubro desde 2020

Alimentos ficam mais caros em outubro, mostra IPCA-15 Imagem: Roberto Gardinalli/Futura Press/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo (SP)

24/10/2024 09h01

A prévia da inflação oficial do Brasil ganhou força e saltou 0,54% em outubro, ante alta de 0,13% apurada em setembro, mostram dados divulgados nesta quinta-feira (24) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). As expectativas sinalizavam para uma alta de 0,5%.

O que diz o IPCA-15

Prévia da inflação acelera para 0,54% em outubro. A variação do IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15) é a mais alta para o mês desde 2020 (0,94%). No ano passado, os preços avançaram 0,21% em outubro.

Variação é a maior desde fevereiro (0,78%), diz IBGE. A alta registrada reverte a desaceleração apurada pelo indicador entre agosto e setembro (de 0,19% para 0,13%) e corresponde ao segundo maior aumento mensal de preços deste ano.

Índice acumulado em 12 meses se reaproxima do teto da meta. Após se afastar nos últimos dois meses do limite de tolerância definido pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) em 4,5%, o IPCA-15 registra alta de 4,47% entre novembro de 2023 e outubro de 2024. No mesmo intervalo do ano passado, a variação acumulada era de 5,05%.

Conta de luz é novamente a vilã das famílias. A disparada de 5,29% no valor da energia elétrica residencial é justificada pela adoção da bandeira vermelha patamar dois. A definição a partir do dia 1º de outubro eleva as tarifas em R$ 7,877 a cada 100 kWh (quilowatts-hora) consumidos. Em setembro, a cobrança adicional de 4.463 a cada 100 kWh fez as tarifas dispararem 0,84%.

Preço dos combustíveis apresenta estabilidade. A queda de apenas 0,01% foi ocasionada pela variação nula da gasolina (0%) e as quedas do gás veicular (-0,71%) e o óleo diesel (-0,23%). O etanol, por sua vez, ficou 0,02% mais caro.

Refeições mais caras

Preço dos alimentos sobe 0,87% em outubro. Segundo o IBGE, a alta dos itens que compõem o grupo foi estimulada pela variação de 0,95% da alimentação no domicílio. A alta surge após três meses consecutivos de redução de preços.

Carne e café impactaram na inflação do mês. O contrafilé (5,42%), café moído (4,58%) e o leite longa vida (2,00%) impactaram o desempenho do grupo. Por outro lado, cebola (-14,93%), o mamão (-11,31%) e a batata-inglesa (-6,69%) estão mais baratos.

Inflação da alimentação fora também ganha força. A alta de 0,66% do subgrupo supera a variação de 0,22% registrada em setembro. O avanço considera o que pode ser explicado pelos aumentos nos preços da refeição (0,7%) e do lanche (0,76%).

Veja a variação de cada um dos grupos

  • Habitação: +1,72%
  • Alimentação e bebidas: +0,87%
  • Saúde e cuidados pessoais: +0,49%
  • Vestuário: +0,43%
  • Artigos de residência: +0,41%
  • Despesas pessoais: +0,35%
  • Comunicação: +0,4%
  • Educação: +0,05%
  • Transportes: -0,33%

O que é o IPCA-15

O IPCA-15 foi criado para oferecer a variação dos preços nos 30 dias finalizados na metade de cada mês. O indicador começou a ser divulgado em maio de 2000 e representa uma prévia do IPCA, o índice oficial da inflação no país. Para este mês, a apuração consiste no período entre 14 de setembro e 11 de outubro.

O indicador considera a evolução dos preços em nove grandes grupos. As análises levam em conta as variações apresentadas por itens das áreas de alimentação e bebidas, artigos residenciais, comunicação, despesas pessoais, educação, habitação, saúde e cuidados pessoais, transportes e vestuário.

A coleta de preços do IPCA-15 é feita em um período não calculado pelo IPCA. Com isso, o indicador com mostra qual será a tendência do resultado do final do mês. A análise tem como alvo a cesta de produtos consumidos pelas famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos, residentes em 11 áreas urbanas do Brasil (Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre e Distrito Federal).

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