BC vende mais US$ 4,6 bilhões em leilões para segurar cotação do dólar
Alexandre Novais Garcia
Do UOL, em São Paulo (SP)
16/12/2024 10h18
O BC (Banco Central) vendeu na manhã desta segunda-feira (16), US$ 4,6 bilhões, sendo US$ 1,6 bilhão à vista e US$ 3 bilhões em um certame de linha, com compromisso de recompra. Mesmo diante das comercializações, a moeda norte-americana opera em leve alta nos primeiros negócios do dia.
O que aconteceu
Leilão aceitou 18 propostas para a venda de dólares à vista. Segundo o Depin (Departamento das Reservas Internacionais), as propostas foram aceitas e totalizam o valor de US$ 1,627 bilhão de vendas a uma taxa de corte de US$ 6,01.
Operação com compromisso de recompra vendeu US$ 3 bilhões. O chamado leilão de linha aconteceu das 10h20 às 10h25 e terá como data de recompra o dia 6 de março de 2025. Para o negócio, o BC aceitou seis propostas a uma taxa de corte de 6,0357%.
Operações são realizadas pelo BC desde a semana passada. Na última quinta-feira (12), o BC vendeu US$ 4 bilhões em dois leilões de linha. Na sexta-feira (13), o leilão primeiro leilão desde 30 de agosto comercializou US$ 845 mil.
Venda de dólares não segura a cotação da moeda ante o real. Tradicionalmente, a injeção de recursos no mercado tende a reduzir o valor da moeda ante o real. Mesmo após os leilões, o dólar ainda opera em alta. Às 10h10, a moeda norte-americana apresentava alta de 0,04%, negociada a R$ 6,037. Antes da primeira intervenção, a moeda era vendida por R$ 6,08.
Banco Central vendeu menos dólares na gestão Lula. A autarquia atuou 113 vezes no mercado à vista para baixar o preço do dólar nos quatro anos da gestão Bolsonaro. Até o início de dezembro, a movimentação havia ocorrido uma única vez no governo petista, em setembro deste ano.
Leilões de linha são comuns ao final de cada ano. A iniciativa busca atender a procura de moeda para atender a casas de câmbio e potenciais turistas com viagens marcadas para o exterior.
Reservas internacionais do BC somam mais de US$ 360 bilhões. Os ativos funcionam como um seguro para o país cumprir suas obrigações no exterior e eventuais choques de natureza externa. Como o câmbio é flutuante, as reservas são um colchão de segurança ajuda a manter a funcionalidade do mercado e atenuar oscilações bruscas do real.