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Em carta, BC diz que elevações da Selic evitaram inflação ainda maior

19.dez.2024 - Gabriel Galípolo participa de uma entrevista coletiva na sede do Banco Central do Brasil em Brasília Imagem: Adriano Machado/Reuters

Colaboração para o UOL, em Campinas (SP)

10/01/2025 18h26

A inflação do Brasil seria maior caso a taxa Selic não fosse reajustada desde o segundo trimestre do ano passado. É o que afirma o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em uma carta aberta divulgada no final da tarde desta sexta-feira (10) ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) fechou o ano passado em 4,83%, fora da meta de 3%, com tolerância até 4,5%.

O que aconteceu

"O movimento de subida da taxa Selic a partir do segundo semestre de 2024, extraído da pesquisa Focus, contribuiu para evitar um aumento mais acentuado das projeções", afirmou no texto. Segundo Galípolo, o principal motivo para a alta da inflação foi a valorização do dólar frente ao real.

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Inflação vai continuar acima da meta até o terceiro trimestre deste ano, aponta o presidente do Banco Central. "As projeções de inflação são de valores acima do limite superior do intervalo de tolerância, de 4,50%, referente à meta de 3,00%", diz Gabriel Galípolo.

IPCA pode atingir até 5,1%, segundo projeções do Banco Central. Previsão é que inflação caia apenas perto do final do ano, mas ainda acima da meta e fique em 4,5%.

Meta do governo só seria cumprida no começo de 2026, se os cenários apontados pelo Banco se confirmarem. A expectativa é que a inflação baixe para 4,2% no começo de 2026 — dentro do teto máximo determinado pelo governo, mas ainda fora do padrão considerado "ideal".

Estouro da meta repete cenários registrados em 2021 e 2022. Nos dois anos, a inflação superou o limite em, respectivamente, 4,81 pontos percentuais (10,06%, ante teto de 5,25%) e 0,79 ponto percentual (5,79%, ante meta de 5%). Em 2023, a variação de 4,26% do IPCA foi 0,13 ponto percentual inferior à meta, fixada em 4,75% para aquele ano.

A inflação oficial do Brasil fechou 2024 com alta acumulada de 4,83%, segundo dados apresentados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A variação é a maior para um período entre janeiro e dezembro desde 2022.

Limite da meta de inflação para 2024 era de 4,5%. O valor definido pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) considera a margem de tolerância de 1,5 ponto percentual sobre a meta fixada em 3% para o IPCA do ano passado.

As carnes (20,84%), a gasolina (9,71%), os planos de saúde (7,87%), o óleo de soja (29,21%), o azeite de oliva (21,53%), o café moído (3,6%) e o leite longa vida (18,83%) foram os vilões.

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