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Tendência? Por que esses ricos têm carros usados e vestem roupas de brechó?

Mulher comprando roupas brechó de Los Angeles, Califórnia Imagem: Lechatnoir/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

16/01/2025 05h30

Quando pensamos em pessoas de alta renda, logo vêm à mente carros de luxo, roupas de grife e mansões deslumbrantes. Mas, surpreendentemente, alguns estão trocando o luxo pelo "subconsumo", vivendo de forma mais simples e econômica.

Segundo a Fortune, nos Estados Unidos, quem ganha mais de US$ 100 mil por ano (aproximadamente R$ 609 mil) está cada vez mais interessado em um estilo de vida minimalista. A ideia não é só cortar excessos, mas também abrir caminho para hábitos mais saudáveis e, quem sabe, uma aposentadoria precoce.

A onda de baixo consumo viralizou no TikTok, com usuários mostrando suas compras simples ou mostrando como vivem com poucos itens.

Hábitos comuns dos subconsumistas

Salários de seis dígitos. É o que os três entrevistados pela revista Fortune recebem mensalmente em seus trabalhos. A consultora financeira Annie Cole tem mais de um milhão em ativos e reduziu seus custos de vida para não mais que US$ 4 mil ao mês (R$ 24 mil).

Dirigir carros usados. À Fortune, Robert Chin disse que ele e sua esposa, Jessica Pharar, dividem o carro usado e vão trabalhar juntos todos os dias no consultório de dentista.

Morar em casas de aluguel. É assim que vive a consultora financeira Shang Saveedra, que é multimilionária e construiu sua riqueza assumindo cargos importantes em sua carreira, como diretora da grande rede de drogarias, além de analista e consultora para empresas como a Victoria's Secret. Ela alugou uma casa de quatro quartos onde vive com o marido e os filhos em um subúrbio da Califórnia.

Comprar brinquedos usados para os filhos pelo Facebook marketplace. É o que faz Shang. Mas de uma coisa ela não abre mão: pagar educação particular, que considera ser um investimento.

Não se dar ao luxo de almoçar fora algumas vezes na semana. Annie disse que cozinha para ela e o marido e que opta por comprar principalmente comidas congeladas, que são mais baratas do que as frescas. Já Shang e sua família fazem compras em um mercado atacadista chamado Aldi, buscando preços mais baixos que nos supermercados tradicionais.

Comprar roupas novas? Nem pensar. Brechós são a escolha principal para montar os chamados guarda-roupas "cápsula" — um estilo que prioriza poucas peças versáteis. Dos três entrevistados, só Robert disse comprar roupas novas, desde que tenham garantia vitalícia — de marcas como Patagonia.

Objetivos do subconsumo

Ficar cada vez mais rico. Com uma vida de altos ganhos e baixo consumo, Annie, Shang e Robert podem alcançar seus objetivos financeiros.

Annie planeja sua aposentadoria a partir de seus 40 anos. "Estou tão curiosa se vou querer me aposentar", disse à Fortune. Ela é pesquisadora contratada e especialista em finanças pessoais e já trabalha em um ritmo muito menos acelerado, com uma jornada de seis horas diárias.

Robert Chin está focado no sucesso de seu consultório. "Em cinco anos gostaríamos de ter um sócio ou outro profissional trabalhando conosco, tanto porque o consultório cresceu o suficiente para suportar isso como também porque isso nos dá a flexibilidade de tirar folga mais facilmente. É provavelmente o maior desafio de sermos líderes no negócio, nossa possibilidade de tirar folga é realmente baixa, porque se não estamos aqui o consultório não ganha dinheiro", disse, à revista americana.

Shang segue seu propósito filantrópico e ensina outras pessoas a serem como ela. Além de investir na educação dos filhos, ainda é ativa em projetos filantrópicos e utiliza o dinheiro que vem de seus imóveis em Nova Iorque para ajudar nas ações. Para ela, a primeira reflexão para que as pessoas entrem para a comunidade do subconsumo é "começar com o por quê?". "Qual é o objetivo final do subconsumo? Se você apenas faz subconsumo pelo subconsumo, você vai ficar infeliz muito rapidamente", reflete.

Claro, ainda sou tentada a comprar itens e experiências de luxo, e de vez em quando fazemos um jantar romântico em um restaurante muito bom. Mas entender o motivo pelo qual você quer algo, vem de uma dor por uma parte não atendida da sua vida e, muitas vezes, é uma necessidade psicológica Shang Saveedra, à Fortune

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