Haddad: 'Brasil terá um dos melhores sistemas tributários do mundo'

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirma que o Brasil terá "um dos melhores sistemas tributários do mundo" após a consolidação da reforma tributária, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na quinta-feira (16). A afirmação foi feita durante entrevista à CNN Brasil nesta sexta-feira (17) em São Paulo.
O que aconteceu
Mais uma vez, Haddad elogiou o Congresso e disse que a aprovação da reforma tributária era necessária. O ministro assegurou que "o país vai aparecer entre os países com um dos sistemas tributários mais justos do mundo" a partir de 2027, quando termina o chamado período preparatório para a criação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e IS (Imposto Seletivo).
Implementação das regras acontecerá de maneira progressiva. A reforma do sistema tributário nacional começa a ser implementada em 2026. O início da transição terá alíquotas de teste para as cobranças da CBS e do IBS.
A população de baixa renda terá uma cesta básica ampla desonerada. O exportador não vai mais exportar imposto, e sim mercadorias, bens e serviços. O investidor não vai mais pagar pelo investimento.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda, em entrevista à CNN Brasil
Controle da inflação
Haddad afirma que a inflação precisa ser controlada, e admite que Brasil pode "segurar" crescimento para evitar taxas mais altas. O ministro disse que até é possível o país crescer "4% a 6% por ano", mas que a falta de consumo interno suficiente também poderia elevar a inflação. Por isso, nesse momento, "não há problema que a taxa de crescimento fique em 1,8% em 2025".
Foi bom crescer 7% em dois, foi. Mas temos que tomar cuidado e medidas para que isso não seja apenas um soluço, mas uma continuidade. Se precisar desacelerar, vamos fazer.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda, em entrevista à CNN Brasil
Dívida pública preocupa
Ministro diz que trajetória da dívida pública preocupa o governo. Previsão do Banco Central, no relatório Focus, aponta que o déficit primário do PIB (Produto Interno Bruto) no primeiro trimestre deste ano deve ficar em 0,6%, ainda fora da meta 0 estabelecida pelo governo. Haddad reafirmou que o ano passado fecharia com superávit, se não fosse o pacote de apoio ao Rio Grande do Sul, afetado por fortes tempestades, mas não quis adiantar nenhuma forma de tentar conter a dívida.
Na visão de Haddad, devolução de MPs (medidas provisórias) pelo Congresso no ano passado também pesou para aumento das dívidas públicas. A MP que previa cobrança de imposto de empresas ao restringir a compensação de créditos das contribuições tributárias ao PIS/Pasep e à Cofins foi parcialmente vetada e devolvida em junho passado após pressão de congressistas. A medida foi criada para compensar a renúncia fiscal a 17 setores da economia — que pode chegar a valor de R$ 25 bilhões até 2027.
Eu disse para muitos empresários que se eles voltassem a pagar impostos devidos -- não novos, mas aqueles que já estavam sendo devidos, eles iam pagar mais juros. E foi isso que aconteceu
Fernando Haddad, ministro da Fazenda, em entrevista à CNN Brasil
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