iFood bate recorde de novos restaurantes na plataforma

O iFood registrou em janeiro um aumento de 37% na entrada de novos restaurantes em comparação ao mesmo mês de 2024. Do total de estabelecimentos que passaram a integrar a plataforma de delivery, 75% são micro e pequenas empresas.

O crescimento ocorre após uma ação da empresa que isentou a taxa de adesão para novos restaurantes nos primeiros três meses do ano. Para a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), a medida é positiva, pois indica maior adesão de empreendedores ao setor de alimentação.

O que aconteceu

Novos restaurantes aderiram ao iFood em quase todo o país. Em janeiro, estabelecimentos de 23 estados brasileiros passaram a integrar a plataforma de delivery. O crescimento foi mais expressivo em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul.

Isenção de taxas impulsionou a adesão. O iFood lançou uma campanha voltada exclusivamente para restaurantes, oferecendo isenção do pagamento das taxas nos dois primeiros meses na plataforma. A iniciativa buscou atrair novos estabelecimentos para o serviço de delivery.

Planos do iFood variam conforme os serviços oferecidos. Fora da promoção, no plano básico, os restaurantes pagam R$ 110 por mês para ter uma loja no aplicativo, gerenciar pedidos e utilizar ferramentas de marketing. A entrega fica por conta do próprio estabelecimento, e há uma comissão de 3,2% sobre pedidos feitos via delivery. Já o plano entrega custa R$ 150 mensais. Além dos benefícios do plano básico, ele inclui entregas feitas por parceiros do iFood, rastreamento em tempo real, gestão do tempo de preparo e entrega, atendimento até a finalização do pedido e seguro contra fraudes. Nos dois planos, a mensalidade só é cobrada se o faturamento do restaurante ultrapassar R$ 1.800 no mês.

Número de restaurantes no iFood mais que dobrou desde 2019. Em dezembro daquele ano, a plataforma contava com 131 mil estabelecimentos, chegando a 232 mil no fim de 2020. Em fevereiro de 2025 eram 350 mil restaurantes cadastrados. Além dos restaurantes, outros estabelecimentos, como shoppings, lojas de conveniência, pet shops e farmácias, passaram a integrar o iFood em 2021. Naquele ano, 5 mil empresas se enquadravam nesse perfil. Em 2025, já eram 30 mil.

Mais recordes em 2025. O iFood alcançou 110 milhões de pedidos mensais e está presente em mais de 1.500 cidades do Brasil. Além disso, o Clube iFood já conta com 11 milhões de assinantes, que representam cerca de 30% dos pedidos feitos na plataforma.

Oportunidade para novos empreendedores

A entrada de novos restaurantes anima o setor, diz Abrasel. Para Gabriel Pinheiro, diretor da Abrasel-SP, o crescimento no número de estabelecimentos na plataforma do iFood mostra que mais empreendedores estão ingressando no mercado de alimentação. No entanto, ele ressalta que o setor precisa de apoio tanto do setor público quanto do privado para continuar em expansão.

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Plataformas ajudam a reduzir custos para novos empreendedores. Segundo Pinheiro, aplicativos de delivery oferecem uma alternativa para quem está começando, pois permitem testar o negócio sem necessidade de grandes investimentos em aluguel ou estrutura física. A possibilidade de captar clientes sem um alto gasto inicial em marketing também facilita a entrada no mercado. No iFood, por exemplo, novos comerciantes ganham uma flag de "novos no iFood" por algumas semanas, o que pode aumentar sua visibilidade inicial. O Portal do Parceiro, outra ferramenta da plataforma, de acordo com Beatriz Pentagna, diretora de Marketing para Negócios do iFood, permite que o empresário analise os dados dos seus usuários e, com base nisso, crie uma estratégia de vendas e marketing para captar mais clientes.

WhatsApp é alternativa para delivery. Para o diretor da Abrasel-SP, o WhatsApp é também uma boa opção para restaurantes que querem começar a atender por delivery. No entanto, diferentemente dos marketplaces, os pedidos não chegam automaticamente, exigindo mais investimento em marketing e pessoal para atrair e consolidar clientes.

Conhecimento é essencial antes de abrir um restaurante. Independentemente da plataforma, Pinheiro alerta que a barreira de entrada no setor é baixa, o que pode levar a uma visão simplificada do negócio. Ele recomenda que novos empreendedores invistam em conhecimento, compreendam os custos diretos e indiretos da operação e busquem capacitação por meio de treinamentos e troca de experiências com quem já atua na área.

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Rafael Martins da Silva

Praticamente um monopólio. Com regulamentação e fiscalização questionável. 

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