Levy diz não trabalhar com surpresas e defende eficiência de gasto público
BRASÍLIA (Reuters) - Recém-empossado como ministro da Fazenda, Joaquim Levy afirmou nesta sexta-feira que não trabalha com "surpresas", ao ser questionado sobre anúncio de possíveis pacotes econômicos.
Levy disse que deverá aguardar a transmissão de seu cargo, na segunda-feira, para tomar qualquer iniciativa.
Indicado em novembro para assumir o comando da política econômica do segundo mandato de Dilma, Levy já anunciou que o governo fará um forte ajuste das contas públicas neste ano, para buscar um superávit primário equivalente a 1,2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).
O novo ministro participou nesta sexta-feira da transmissão de cargo de chefe do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão a Nelson Barbosa.
O novo titular da Fazenda, que substitui Guido Mantega, explicou ainda que não deverá falar a jornalistas na porta do ministério, o que seu antecessor costumava fazer.
"A não ser em situações excepcionais eu não devo dar notícias e entrevistas na porta do ministério", disse ele, completando que "tanto quanto possível" seus anúncios serão marcados.
EFICIÊNCIA NOS GASTOS
Mais tarde, em cerimônia de transmissão de cargo para o novo ministro da Controladoria-Geral da União, Valdir Simão, Levy afirmou que não tem intenção de anunciar medidas econômicas durante solenidade em que assumirá oficialmente a Fazenda.
Ao parabenizar Jorge Hage, que transferiu o comando da CGU para Simão, o novo ministro da Fazenda defendeu que o governo continue a melhorar a eficiência dO gasto público.
“Sem afetar direitos, mas realmente focando onde o gasto deve ser feito para a gente ter eficiência em tudo o que o governo faz. Isso é essencial para, inclusive, a gente ter equilíbrio orçamentário, a gente fazer escolhas certas em termos da despesa pública”, disse a jornalistas.
Questionado se concorda com proposta do novo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, de proporcionar valorização real do salário mínimo, Levy disse ter ouvido “algo similar da Presidência” e que “ a valorização do trabalho, a valorização do emprego” são objetivos de tudo o que o governo “for fazer”.
Barbosa afirmou que o governo criará uma nova regra para o reajuste do salário mínimo para valer a partir de 2016 e assegurou que a nova norma manterá o aumento real do salário mínimo.
(Reportagem de Nestor Rabello; Reportagem adicional de Maria Carolina Marcello)
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