Criação de vagas nos EUA perde força e levanta dúvidas sobre economia
Por Jason Lange
WASHINGTON (Reuters) - Os empregadores dos Estados Unidos reduziram as contratações nos últimos dois meses e os salários caíram em setembro, levantando novas dúvidas de que a economia está forte o suficiente para o Federal Reserve, banco central do país, elevar a taxa de juros até o final deste ano.
A criação de vagas fora do setor agrícola foi de 142 mil no mês passado e os dados de agosto foram fortemente revisados para baixo para mostrar aumento de apenas 136 mil, informou o Departamento do Trabalho nesta sexta-feira.
Esses números marcaram o menor ganho em dois meses no emprego em mais de um ano e podem alimentar temores de que a desaceleração econômica mundial liderada pela China está minando a força dos EUA.
Pesquisa da Reuters com especialistas mostrou que a expectativa era de abertura de 203 mil vagas em setembro nos Estados Unidos.
A indústria norte-americana, sentindo o esfriamento global, perdeu 9 mil postos de trabalho em setembro após já ter cortado outros 18 mil em agosto.
O ritmo recente do crescimento do emprego deveria ser suficiente para reduzir a taxa de desemprego porque apenas cerca de 100 mil vagas são necessárias por mês para acompanhar o crescimento populacional.
Mas a taxa de desemprego manteve-se em 5,1 por cento. A taxa de desemprego é derivada de pesquisa separada sobre famílias, que mostrou 350 mil trabalhadores deixando a força de trabalho no último mês, assim como um menor nível de emprego.
A parcela da população que compõe a força de trabalho, que inclui aqueles que têm um emprego ou estão procurando por um, caiu para 62,4 por cento, o menor nível desde 1977.
A renda média por hora caiu em 0,01 dólar, para 25,09 dólares, durante o mês passado e estava apenas 2,2 por cento acima do nível do mesmo período do ano passado, apontando para pressões inflacionárias marginais.
A chair do Fed, Janet Yellen, disse na semana passada que o banco central deve terá que provavelmente elevar a taxa de juros neste ano para proteger a economia de um eventual superaquecimento. Investidores têm duvidado dessa visão e os dados desta sexta-feira os deixaram menos crédulos de que um aumento dos juros pode vir na última reunião do Fed no ano, em dezembro.
"(Com) um relatório fraco aqui combinado com algumas das outras fraquezas no mundo, as chances (de alta de juros) diminuem um pouco para dezembro", disse o economista do RBC Capital Markets Tom Porcelli.
As bolsas dos EUA recuavam após os dados, bem como os rendimentos dos Treasuries e o dólar caindo ante uma cesta de moedas.
No total, as estimativas revisadas significam que 59 mil vagas de emprego a menos foram criadas em julho e agosto do que anteriormente imaginado.
Em outro sinal sombrio, o número de horas trabalhadas no país caiu 0,2 por cento, levantando o fantasma de que algum enfraquecimento geral poderia ter afetado a economia no mês passado.
(Reportagem adicional de Rodrigo Campos e Karen Brettell em Nova York)
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