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S&P rebaixa Vale a "BBB-" e mantém perspectiva negativa

Marcos Issa/Bloomberg News
Imagem: Marcos Issa/Bloomberg News

29/01/2016 15h49

29 Jan (Reuters) - A agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou nesta sexta-feira (29) a nota de crédito da Vale para "BBB-", ante "BBB", e manteve a perspectiva negativa, argumentando que a queda dos preços de metais e significativos investimentos devem piorar os indicadores de crédito da mineradora em 2016 e 2017.

Em comunicado, a S&P informou que pode rebaixar novamente a companhia --o que implicaria perda do grau de investimento-- se a relação entre a dívida e o Ebitda permanecer acima de 5 vezes ou se a geração de caixa com operações (FFO) ficar abaixo de 12% da dívida por mais de dois anos.

Segundo a agência, isso poderia acontecer caso os preços do minério recuem abaixo de US$ 40 por tonelada ou se a Vale tiver dificuldades para vender ativos não essenciais.

A volatilidade recente nos preços das commodities minerais vem golpeando as ações da Vale, que acumularam queda de mais de 30% neste ano até a véspera. Na quinta-feira, a mineradora propôs não pagar remuneração aos acionistas em 2016.

Fraqueza até 2018

A S&P informou que espera que a fraqueza nos mercados de minério permaneça até 2018, o que tem levado a Vale a liquidar ativos não essenciais em um ritmo mais rápido.

Segundo a agência, mesmo que a companhia complete essas vendas --cenário que considera plausível--, a relação entre dívida líquida e Ebitda provavelmente aumentaria em direção a 6 vezes até o fim de 2016, provavelmente se recuperando em direção a entre 4 e 4,5 vezes apenas ao fim de 2017.

A S&P explicou que suas contas não incluem qualquer aumento possível da dívida na Samarco, na qual a Vale detém participação de 50%, já que o montante total de multas resultante do desastre em represa em Minas Gerais ainda não foi determinado.

No entanto, se a Justiça decidir pela multa de R$ 20 bilhões proposta pelo governo por danos civis e ambientais, isso aumentaria a alavancagem da Vale em cerca de 0,5%, disse a S&P.

(Por Bruno Federowski; Edição de Raquel Stenzel e Flavia Bohone)

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