Queda do petróleo deve chegar ao fim com Opep mirando preço a US$ 50, diz consultoria
7 Mar (Reuters) - Os maiores produtores da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) estão iniciando de forma privada conversas sobre um novo preço de equilíbrio para o petróleo em 50 dólares o barril, o que se soma a sinais de que a longa derrocada da commodity está oficialmente no fim, disse um dos líderes em projeções de preço na indústria.
Gary Ross, fundador, presidente-executivo e chefe de previsões sobre petróleo da consultoria PIRA, com sede em Nova York, disse em entrevista à Reuters que o petróleo deverá se recuperar para 50 dólares o barril até o final do ano, potencialmente ajudado por eventuais cortes de oferta por parte dos maiores produtores da Opep.
"Eles querem um petróleo a 50 dólares, isso vai se tornar o novo piso para os preços globais", disse Ross, um dos mais respeitados pela indústria por suas projeções de preço e por décadas de consultoria junto a integrantes da Opep.
"Embora isso possa não ser um preço-alvo oficial, você vai ouvi-los dizendo isso. Eles estão tentando dar ao mercado um piso."
Se a Arábia Saudita e outros poderosos membros da Opep no Golfo começarem a invocar 50 dólares como "um preço justo para produtores e consumidores" --uma frase antes muito utilizada, mas que tem estado ausente dos discursos há muitos anos-- isso pode significar o final de incomum período no qual o cartel abandonou os esforços para controlar o mercado.
Em sua nota a clientes, Ross também apontou que o recente acordo para congelar a produção nos níveis de janeiro fechado entre os maiores produtores da Opep e a Rússia, líder dos países não membros da Opep, como um fator que impulsionou o sentimento do mercado depois de um período brutal, quando a única operação segura parecia ser a venda.
O pacto fará pouco para conter de imediato a sobreoferta, especialmente com as exportações do Irã ainda subindo depois do fim das sanções ao país, mas o trabalho conjunto de "intervenção verbal" no mercado foi um começo positivo que "pode levar a eventuais cortes (de produção)", após um período em que Arábia Saudita e Rússia fizeram poucos esforços para cooperar entre si, afirmou Ross.
"A produção russa vai cair de qualquer maneira, por que não aceitar um congelamento e então reduções?", disse ele à Reuters.
A projeção de 50 dólares está em linha com o consenso de analistas para o preço do petróleo nos EUA em 2017, segundo a última pesquisa da Reuters, embora seja muito mais alta que a mediana de 38 dólares o barril estimada para este ano.
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