Petrobras ainda avalia nível de transparência para política de preços, diz Parente
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O nível de transparência que será adotado para a política de preços dos combustíveis da Petrobras, uma demanda do mercado que busca mais previsibilidade, ainda não está definido, disse nesta quinta-feira (2) o novo presidente da empresa, Pedro Parente, em sua primeira fala pública na sede da companhia.
Mas ele reiterou que não haverá influência do governo federal sobre o tema, ainda que o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, tenha dito um pouco antes, no mesmo evento, que a política de preços será discutida com importantes ministérios e a empresa.
Por vários anos, a Petrobras importou gasolina e diesel a preços maiores do que os praticados na venda interna, como uma medida do governo para controlar a inflação, trazendo prejuízos bilionários para a empresa.
"Tem empresas que divulgam a sua política de preços com transparência e outras não. Qual a melhor política para a empresa nesse momento? Não sei. Isso para nós é um ponto importantíssimo, sem dúvida é", afirmou Parente, durante cerimônia de transferência de cargo.
Já o ministro de Minas e Energia afirmou que a discussão sobre a política de preços da estatal será feita em momento oportuno, ao ser questionado sobre um possível fim da interferência do governo em relação ao tema.
"Isso a gente vai ter oportunidade para discutir ainda. Não (é só) Ministério de Minas e Energia, é Planejamento, Fazenda e a própria diretoria que está chegando, e no momento oportuno a gente fala sobre isso", afirmou o ministro a jornalistas.
Questionado sobre a declaração do ministro, Parente repetiu o que vem dizendo desde que foi apontado para presidir a Petrobras, de que "essa é uma decisão empresarial, que vai consultar os interesses da Petrobras".
O executivo destacou ainda que a garantia de que não haverá interferências políticas e eleitorais na empresa foi o principal fator para que ele aceitasse o que considera ser o maior desafio de sua vida, junto com sua participação no governo em 2001, quando buscou soluções para a falta de energia elétrica no país.
Parente afirmou também que está comprometido em recuperar a boa saúde financeira da Petrobras e destacou que isso terá que ser feito sem o socorro do Tesouro.
Para reduzir a dívida e fortalecer o caixa, segundo Parente, o plano de venda de ativos será essencial e será tratado de forma estratégica.
(Por Marta Nogueira e Rodrigo Viga Gaier)
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