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Demanda sinaliza melhora e ritmo de contração do setor de serviços do Brasil diminui, segundo PMI

06/03/2017 10h02

Por Camila Moreira

SÃO PAULO (Reuters) - A demanda mostrou sinais de recuperação em fevereiro e o volume de entrada de novos negócios de serviços no Brasil cresceu pela primeira vez em quatro meses, aliviando o ritmo de contração do setor, segundo a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgada nesta segunda-feira.

No mês passado, o PMI de serviços subiu a 46,4 de 45,1 em janeiro, permanecendo em território de contração pela 24ª vez seguida. Ainda assim, esse é o nível mais alto desde março de 2015, destacando uma taxa mais lenta de retração.

"(As) empresas continuam a sofrer com a recessão econômica. Entretanto, houve pontos promissores nos últimos números, que indicam que uma estabilização pode estar próxima", afirmou a economista do IHS Markit, Pollyanna De Lima.

Das seis categorias monitoradas, quatro apresentaram queda no volume de produção, sendo as exceções a de Hotéis e Restaurante e a de Intermediação Financeira.

O resultado do PMI está centrado na melhora da demanda em fevereiro, garantindo o segundo crescimento no volume de novos trabalhos em dois anos --o primeiro desde outubro--, porém ainda de forma modesta.

Ainda assim, as tentativas de reduzir os custos levaram os fornecedores de serviços do Brasil a cortar o número de funcionários pelo 24º mês seguido, com um em cada cinco dos entrevistados relatando redução na folha de pagamento. A única exceção foi o subsetor de Hotéis e Restaurantes.

Em relação à inflação, os custos de combustíveis, eletricidade, papel, material de escritório e remédios foram destacados pelos entrevistados, mas ainda assim a inflação de insumos atingiu o nível mais fraco desde novembro de 2015.

Tentando estimular a demanda, as empresas de serviços reduziram novamente seus preços de venda em fevereiro, mas a taxa de desconto foi considerada apenas marginal.

O nível de confiança no setor de serviços melhorou em relação a janeiro, com quase 50 por cento dos entrevistados esperando aumento da atividade ao longo dos próximos 12 meses, em meio à expectativa de recuperação econômica e estabilidade política no país.

Em 2016, o setor de serviços tombou 5 por cento, no pior resultado da série iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Entretanto, a melhora das expectativas levou ao avanço do Índice de Confiança de Serviços (ICS) do Brasil apurado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) pelo segundo mês seguido em fevereiro.

O PMI da indústria também mostrou que a contração no setor perdeu força em fevereiro, e com isso o PMI Composto chegou à máxima de 23 meses de 46,6, ante 44,7 em janeiro.