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Meirelles intensifica corpo a corpo no Congresso para defender reforma da Previdência

08/03/2017 10h59

BRASÍLIA, 8 Mar (Reuters) - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, deu sequência nesta quarta-feira (8) a um corpo a corpo junto a deputados para tentar garantir a aprovação da reforma da Previdência sem grandes desfigurações sobre o texto formulado pela equipe econômica, destacando que a mudança nas regras atuais "não é uma opção, mas uma necessidade".

Em reunião com a bancada do PSD na Câmara dos Deputados, o ministro repetiu apresentação que já tinha feito na noite passada aos parlamentares do PMDB com o intuito de convencê-los sobre a urgência da pauta. Ainda nesta quarta-feira, Meirelles tem encontro marcado com as bancadas do PRB e PP.

"Uma reforma da Previdência que seja tão diluída, para não criar muita resistência, também não resolve o problema. E não resolvendo o problema, é melhor não enfrentar o problema", afirmou o ministro.

A alteração nas regras para aposentadoria vem enfrentando dificuldades mesmo entre deputados da base aliada, levando o Executivo e líderes governistas a se movimentarem para afinar o discurso e definir se e quais mudanças poderão ocorrer no texto da proposta. 

O relator da reforma da Previdência na Câmara, deputado Arthur Maia (PPS-BA), já apontou que há divergências sobre o modelo de transição proposto pelo governo e quanto à proibição para acúmulo de aposentadoria e pensão. Também pontuou que os parlamentares buscam assegurar aposentadoria especial para policiais, além de alterações nas propostas para a aposentadoria rural e para a concessão do Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social (BPC). 

Nesta manhã, Meirelles ressaltou a importância da Previdência rural integrar a reforma, já que tem apresentado déficit crescente. O ministro também destacou que, sem a reforma, os demais gastos sociais serão expressivamente comprimidos pelos previdenciários nos próximos anos em função do teto de crescimento para as despesas públicas.

"A reforma da Previdência é a única forma de nós termos um orçamento manejável. Caso contrário, vamos perder o controle dessa situação", disse.

A proposta enviada pelo governo ao Congresso Nacional prevê que somente homens com mais de 50 anos de idade e mulheres com mais de 45 poderão entrar num regime de transição, pelo qual terão que pagar um pedágio de 50 por cento sobre o tempo faltante para a aposentadoria.

Todos os demais estarão sujeitos às novas regras, podendo se aposentar a partir de 65 anos, com contribuição mínima de 25 anos.

(Por Marcela Ayres; Edição de Patrícia Duarte)