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China pede ao Brasil medidas de segurança mais severas para embarque de alimentos

Dominique Patton

21/03/2017 09h56

PEQUIM, 21 Mar (Reuters) - A China pediu nesta terça-feira (21) que o Brasil adote medidas de segurança mais severas em seus embarques de alimentos, em um momento em que autoridades brasileiras se esforçam para limitar as consequências do escândalo de corrupção que levou Pequim a suspender as importações de carne do país, seu principal fornecedor.

A China suspendeu as importações de carnes do Brasil nesta semana após a Polícia Federal anunciar investigações sobre supostos pagamentos de propinas a fiscais sanitários que teriam permitido a venda de carne sem fiscalização.

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"A China está preocupada com os problemas de qualidade de alguns produtos de carne do Brasil", disse a jornalistas a porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Hua Chunying.

"Nós esperamos que o lado brasileiro conduza uma investigação completa do caso...e tome medidas mais severas para garantir a segurança e a confiabilidade das exportações de alimentos à China".

Ela recusou-se a comentar quando a proibição temporária às importações de carne do Brasil poderá ser retirada. A decisão será tomada pela Administração Chinesa de Supervisão de Qualidade, Inspeção e Quarentena (AQSIQ, na sigla em inglês).

Autoridades do governo brasileiro conversaram com o vice-ministro da AQSIQ sobre o assunto em uma videoconferência na terça-feira, disse uma fonte com conhecimento do assunto.

O encontro foi a discussão em mais alto nível entre as duas nações sobre o assunto até o momento, ressaltando a urgência com que Brasil e China querem evitar mais interrupções no comércio.

A fonte, que falou sob anonimato devido à sensibilidade do tema, disse que não poderia dar mais informações sobre a reunião.

A AQSIQ não respondeu imediatamente a pedidos de comentário.

O Brasil é o maior fornecedor de carne bovina à China, respondendo por cera de 31% das importações do país na primeira metade do ano. O segundo maior fornecedor, a Austrália, ainda está reconstruindo seu rebanho após uma seca, e não é vista como capaz de satisfazer a ascendente demanda chinesa.

O Brasil também fornece mais de 85% das importações de carne de aves da China, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA.

Outros grandes produtores, como os EUA e alguns mercados europeus menores, estão proibidos de vender à China devido a surtos de gripe aviária.

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