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Euro cairá para perto da mínima de 15 anos ante o dólar se Le Pen vencer eleições na França

Rahul Karunakar

06/04/2017 10h15

BENGALURU, 6 Abr (Reuters) - O euro deve cair cerca de 5%, para perto da mínima de 15 anos e próximo da paridade com o dólar, se Marine Le Pen conquistar a Presidência da França em maio, de acordo com estrategistas de câmbio consultados pela Reuters.

Depois de cair mais de 3% em 2016, o euro subiu cerca de 2% neste ano. Mas a pesquisa com quase 70 estrategistas mostrou nesta quinta-feira que a moeda deve devolver esses ganhos nos próximos 12 meses.

No curto prazo, no entanto, o que acontecer durante os dois turnos da eleição presidencial francesa no final do mês e no início de maio deve direcionar o euro.
As apostas estão a favor do independente Emmanuel Macron para vencer a eleição, mas a candidata de extrema-direita e contrária à União Europeia Marine Le Pen, da Frente Nacional, pode ter uma vitória surpresa.

"(Uma) vitória de Marine Le Pen pesaria significativamente sobre o euro, pois não está precificada e, dado isso, teria um resultado muito negativo para o futuro da (união monetária)", disse o estrategista de câmbio do BBVA Roberto Cobo Garcia.

"A vitória de Emmanuel Macron é o que o mercado está esperando. Assim, o impacto da vitória dele seria positivo, mas marginal".

Se Le Pen vencer, o euro deve cair 5% imediatamente, de acordo com a mediana dos quase 40 estrategistas que responderam a uma pergunta extra. A visão mais pessimista era que a moeda única recuasse cerca de 15%.

Caso contrário, o euro deve recuar ante o dólar para US$ 1,06 até o final deste mês. Os entrevistados então esperam que ele se enfraqueça para US$ 1,05 em um ano, uma queda de quase 2% ante a cotação de US$ 1,07 nesta quinta-feira.

Expectativas para o dólar

Já as expectativas para o dólar são de uma leve alta neste ano contra a maioria das principais moedas. Mas a visão de um dólar forte foi baseada em alguma forma de estímulo fiscal e reformas tributárias do governo dos EUA ao longo do ano, de acordo com quase 80 por cento dos 65 estrategistas que responderam a uma pergunta extra na pesquisa.

"Nosso cenário base inclui cortes modestos de impostos, mas nenhuma reforma tributária e apenas medidas protecionistas direcionadas ou simbólicas para o comércio, junto com a cautelosa alta de juros pelo Fed, que em grande parte parece preficicada nos mercados", escreveu o diretor de estratégia de câmbio do Barclays Marvin Barth.