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Brasil crescerá menos que a média da América do Sul em 2017 e 2018, diz FMI

18/04/2017 10h01

SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil crescerá menos do que a média dos países da América do Sul em 2017 e em 2018, com desempenho apenas melhor do que a Venezuela e o Equador, países que vêm sofrendo fortemente com a queda nos preços do petróleo.

O cálculo é do FMI (Fundo Monetário Internacional), que manteve a projeção de expansão de apenas 0,2% para o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro neste ano, depois de dois anos seguidos de recessão, e melhorou a expectativa de 2018 para 1,7%, ante 1,5% previstos em janeiro.

No período, a América do Sul deve crescer 0,6% e 1,8%, respectivamente, mostrou o FMI nesta terça-feira ao divulgar seu relatório "Perspectiva Econômica Global". Na região, o Brasil só ganha da Venezuela e do Equador, que deverão ver suas economias encolhendo 7,4% e 1,6% neste ano, respectivamente. O melhor desempenho deve vir da Bolívia, com crescimento de 4% em 2017.

Quando se olha para a América Latina toda, o crescimento médio calculado pelo FMI deve ser de 1,1% e 2% em 2017 e 2018, com destaque para o México, cujo PIB deve ter expansão de 1,7% e 2%, respectivamente.

'Ambiciosas' reformas

"No Brasil, o ritmo de contração diminuiu, mas o investimento e a produção ainda estavam começando a sair do fundo do poço no fim de 2016", informou o FMI no relatório.

O crescimento do Brasil em 2017 também será inferior ao das economias emergentes, cuja alta esperada é de 4,5%.

Ao esperar recuperação gradual para a economia brasileira neste e no próximo ano, o FMI considera fundamental a realização de "ambiciosas" reformas econômicas e fiscal.

"Para reforçar a consolidação fiscal no médio prazo, as reformas deveriam incidir sobre as despesas insustentáveis, incluindo o sistema de seguridade social, mas também devem ser adotadas medidas para conseguir redução mais direta do déficit orçamentário", informou o FMI no relatório.

O FMI também destacou a necessidade de reformas que possam impulsionar o crescimento potencial do Brasil e que poderiam melhorar a qualidade de vida da população, após a longa recessão enfrentada pelo país.

A estimativa do FMI para o PIB brasileiro é mais pessimista do que a apurada pelo relatório Focus do Banco Central, que ouve semanalmente uma centena de economistas e indica avanço de 0,4% em 2017 e de 2,5% para 2018.

Para a economia global, o FMI estima crescimento de 3,5% em 2017 e de 3,6% no ano que vem.

(Por Luiz Guilherme Gerbelli)

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