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Cade aprova sem restrições compra de subsidiárias da JBS na Argentina, Paraguai e Uruguai pela Minerva

10/07/2017 10h43

Por Gabriela Mello

SÃO PAULO (Reuters) - A superintendência-geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a aquisição das operações de carne bovina da JBS na Argentina, Paraguai e Uruguai por subsidiárias da Minerva, segundo despacho publicado no Diário Oficial desta segunda-feira.

Em 6 de junho, a JBS anunciou a venda da totalidade das ações de suas subsidiárias de carne bovina na Argentina, Paraguai e Uruguai para o grupo Minerva por 300 milhões de dólares, dos quais 280 milhões de dólares seriam pagos em dinheiro no fechamento da transação e o restante depois da conclusão do processo de due diligence.

Mas o acordo segue em suspenso desde que a Justiça Federal de Brasília barrou a operação em 21 de junho, alegando que a venda poderia comprometer o esclarecimento de fatos investigados no âmbito da delação firmada pelos executivos da J&F, holding que controla a maior produtora global de carnes.

Procuradas, a JBS informou que "prossegue com as medidas necessárias para a conclusão da venda dos seus ativos no Uruguai, Paraguai e Argentina", enquanto a Minerva preferiu não comentar a decisão do Cade ou o bloqueio do acordo pela justiça.

Parecer encaminhado à superintendência-geral do Cade e divulgado no site da autarquia destaca, entre outros fatores, que o grupo Minerva é "predominantemente exportador" e possui participação de mercado "sensivelmente menor" que a líder JBS.

"Assim, conclui-se do ponto de vista estritamente concorrencial, a operação não tem o condão de gerar efeitos anticoncorrenciais no Brasil", informa o documento.

As operações de desossa, industrialização, processamento e comercialização de carne bovina da JBS Argentina, JBS Paraguay, Industria Paraguaya Frigorífica e Frigorífico Canelones estão entre os ativos colocados à venda pela J&F.

A holding, que também busca compradores para Vigor, Eldorado Brasil e Alpargatas, se esforça para levantar recursos, refinanciar empréstimos e pagar uma multa recorde de 10,3 bilhões de reais prevista no acordo de leniência que os irmãos Batista firmaram com o Ministério Público Federal (MPT) após admitirem o pagamento de propinas a políticos.

Às 10:41, as ações da JBS subiam 1,1 por cento, enquanto as da Minerva rondavam a estabilidade.