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Telecom Italia concorda em pacote de 25 mi de euros para saída de presidente

24/07/2017 21h27

Por Stephen Jewkes e Gwénaëlle Barzic

MILÃO/PARIS (Reuters) - A Telecom Italia concordou em pagar 25 milhões de euros para que seu presidente-executivo, Flavio Cattaneo, deixe o grupo, uma medida que pode fortalecer a posição da acionista Vivendi.

A Telecom Italia informou em comunicado nesta segunda-feira que Cattaneo deixará o cargo em 28 de julho, assim como a posição de diretor-geral, em 31 de julho.

Cattaneo, que assumiu como principal executivo da TIM há pouco mais de um ano, conquistou elogios da Vivendi e de outros investidores pelos cortes de custos da empresa, que tem pesadas dívidas.

Mas uma recente troca de farpas com autoridades do governo sobre planos de implementação de internet de alta velocidade na Itália causou estranhamento com a gigante francesa do setor de mídia.

A Vivendi, que detém 24 por cento da TIM, tem assumido uma postura mais ativa na Telecom Italia desde que obteve a maioria dos assentos do conselho neste ano e após indicar seu presidente-executivo, Arnaud De Puyfontaine, como presidente do colegiado.

Uma fonte próxima à questão nesta segunda-feira disse que Amos Genish, um alto executivo da Vivendi, seria nomeado diretor-geral da Telecom Italia, com a tarefa de tocar o dia a dia da empresa de telecomunicações.

A Vivendi está particularmente preocupada com a rival francesa Iliad e queria que Cattaneo aceitasse ajuda de uma equipe, o que ele recusou, de acordo com a fonte.

A Illiad, que pode lançar operações na Itália no fim deste ano, está buscando conquistar um quarto do mercado de telefonia móvel italiano utilizando uma agressiva estratégia de preços que aplica no mercado francês, além de contratos simplificados.

Em comunicado nesta segunda-feira, a Telecom Italia disse que o grupo estava agora em posição de embarcar na segunda fase de seu plano de recuperação "que busque metas estabelecidas por Flavio Cattaneo, principalmente o plano de fibra ótica."

No domingo, Cattaneo disse que deixaria o cargo porque a empresa havia alcançado importantes metas antes do esperado, desbancando sugestões de que sua saída estivesse ligada a conflitos com o governo italiano.

A operadora italiana disse que discutirá a questão com um sucessor de Cattaneo em uma reunião do conselho na quinta-feira.

(Reportagem adicional de Agnieszka Flak)