Ibovespa perde fôlego após Temer voltar a ser alvo de inquérito, mas renova máxima histórica
Por Flavia Bohone
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da Bovespa perdeu fôlego no final da sessão e fechou em alta modesta nesta terça-feira, renovando a máxima histórica, conforme cresceram as preocupações com a cena política após o presidente Michel Temer voltar a ser alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal.
O Ibovespa subiu 0,3 por cento, a 74.538 pontos, renovando a máxima histórica de fechamento pelo segundo dia seguido. No melhor momento da sessão, o índice subiu 1,36 por cento e renovou a máxima recorde intradia, aos 75.332 pontos. O giro financeiro somou 9,85 bilhões de reais.
A informação de que o ministro do STF Roberto Barroso decidiu abrir um novo inquérito contra Temer tirou fôlego dos negócios rumo ao fechamento do pregão. A decisão de Barroso ocorreu sob a suspeita, a partir da delação de executivos da J&F, de que Temer possa estar envolvido num esquema de corrupção e lavagem de dinheiro na edição de um decreto que mudou regras portuárias.
Na véspera, a Polícia Federal concluiu que há indícios de crimes cometidos pela cúpula do PMDB, incluindo Temer e seus ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), em investigação sobre corrupção.
"O mercado está precisando de algum motivo para realizar (os lucros recentes)... Talvez essas preocupações possam ajudar a realizar um pouco, abrindo para que outros investidores entrem", disse o gerente de renda variável da H.Commcor Ari Santos.
Apesar das preocupações o índice ainda conseguiu manter-se no azul, com o tom positivo ganhando algum respaldo na perspectiva de que a taxa básica de juros vai continuar em queda, movimento corroborado nesta manhã pela divulgação da ata da última reunião de política monetária do Banco Central.
DESTAQUES
- AMBEV ON subiu 3,7 por cento, liderando os ganhos do Ibovespa, após o Credit Suisse melhorar a recomendação para "outperform", ante "neutra", e elevar o preço-alvo para 23,50 reais, ante 20 reais.
- CEMIG PN avançou 3,56 por cento, tendo no radar a possibilidade de parceira com a Vale em um leilão programado para o fim deste mês no qual a União oferecerá a investidores a concessão de quatro hidrelétricas já em operação. A eventual parceria ajudaria a Cemig a manter seu portfólio em geração, ao mesmo tempo em que a mineradora poderia se beneficiar com acesso à energia das usinas a preços competitivos.
- VALE ON subiu 0,48 por cento, acompanhando o movimento dos contratos futuros do minério de ferro na China, que subiram 3,4 por cento na bolsa de Dalian. Também ajudava o tom positivo a possibilidade parceira com a Cemig para leilão de hidrelétricas.
- ELETROBRAS ON avançou 1,8 por cento e ELETROBRAS PNB teve valorização de 1,48 por cento. Nesta manhã, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, disse que o governo corre para fechar os últimos detalhes do modelo a ser adotado na privatização da elétrica, que deve ser divulgado ainda neste mês.
- PETROBRAS PN caiu 0,8 por cento e PETROBRAS ON teve queda de 0,77 por cento, revertendo os ganhos vistos mais cedo, apesar da alta nos preços do petróleo no mercado internacional.
- MAGAZINE LUIZA, que não faz parte do Ibovespa, caiu 11,85 por cento. O conselho de administração da varejista aprovou a realização de uma oferta pública de distribuição primária e secundária de, inicialmente, 24 milhões de ações ordinárias, que pode movimentar quase 2 bilhões de reais. Segundo investidores, a oferta abriu uma oportunidade de realizar parte de ganhos no acumulado do ano. O papel acumula valorização de cerca de 490 por cento este ano.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.