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Apple: Um celular de US$ 1.000 vai produzir uma empresa de US$ 1 trilhão?

Guilherme Tagiaroli
Imagem: Guilherme Tagiaroli

13/09/2017 10h24

(Reuters) - Avaliado em cerca de US$ 830 bilhões, o valor de mercado da Apple no dia do lançamento de seu mais novo iPhone supera em muito o valor de seu próximo maior rival e Wall Street se pergunta: Será a primeira empresa listada a quebrar a marca Big T?

Se a história ensina algo, o lançamento do iPhone X --edição de 10 anos de aniversário do dispositivo-- sinaliza que o marco de US$ 1 trilhão pode ser batido ainda este ano.

As ações da Apple, em média, subiram 33% no ano seguinte a cada um dos eventos de lançamento de seus iPhones, desde o primeiro, em 9 de janeiro de 2007. O papel subiu no ano seguinte aos anúncios em sete dos dez casos e caiu em três.

Em seu nível atual, as ações da Apple precisam subir quase 20% para atingir a primeira capitalização de mercado de 13 dígitos.

Alguns analistas dizem que a família real saudita estabeleceu o valor da gigante de petróleo saudita Aramco em US$ 2 trilhões ou mais, mas não há registros públicos para confirmar isso até sua oferta pública inicial de ações no ano que vem.

Dos 38 analistas de Wall Street que cobrem a Apple, dois já tem preços-alvo para a ação que prevêem um valor de mercado da empresa acima do nível de US$ 1 trilhão.

Expectativas

Brian White, da Drexel Hamilton, cujo preço-alvo de US$ 208 para a ação é o mais alto de Wall Street e equivale a um valor de mercado de US$ 1,075 trilhão com o número atual de papéis em circulação, voltou do evento de terça-feira convencido de que a ação ainda pode subir mais.

"Nós continuamos a acreditar que o papel da Apple não apenas se beneficiará com o próximo ciclo de iPhones, mas também da iniciativa de distribuição de capital da companhia, avaliação atrativa e potencial para novas inovações", escreveu White em uma nota a clientes. "Sendo assim, não acreditamos que a corrida da Apple se encerrará hoje (terça-feira) com o evento do iPhone, mas ainda tem um atraente potencial de crescimento".

Katy Huberty, do Morgan Stanley, disse em nota a clientes após o evento de terça-feira que as ferramentas de realidade aumentada na nova linha de celulares da Apple "tem o potencial de se tornar o próximo aplicativo de grande sucesso que acelera as atualizações de smartphones e impulsiona a monetização e crescimento de serviços".

O atual preço-alvo da analista para a ação da Apple é US$ 182, 13% acima do preço de fechamento de terça-feira de US$ 160,86, com valor de mercado de US$ 940 bilhões, mas Huberty tem um preço-alvo altista de US$ 253 para a ação, ou um pouco mais de US$ 1,3 trilhão, com o atual número de ações em circulação.

As ações da Apple subiram 52% no último ano.

Valorização de 1.200%

Desde que a Apple anunciou pela primeira vez a linha de produtos iPhone em janeiro de 2007, suas ações se subiram mais de 1.200% e entregaram um retorno total, incluindo dividendos reinvestidos, de mais de 1.375%. Seu retorno total anualizado de 28,7% nesse período é quase três vezes maior do que o registrado pelo índice Nasdaq Composite e quase quatro vezes o do índice de referência S&P 500.

E, embora os quase US$ 1.150 cobrados pelo iPhone X de 256 gigabites possam parecer um preço exorbitante, não é mais caro - em relação ao preço das ações da Apple - do que o primeiro iPhone em 2007. A versão top de linha do iPhone da primeira geração, que custava US$ 599, valia um pouco mais do que sete ações da Apple naquele momento, aproximadamente o mesmo que hoje em termos nominais.

A Apple dividiu suas ações em uma base de 7 para 1 há três anos. Ajustando para isso, uma ação pré-dividida de Apple valeria um iPhone X quase completo hoje.

(Por Dan Burns)