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Terra Santa tem perdas no plantio de soja 2017/18 e área total cairá

08/11/2017 12h48

Por José Roberto Gomes

SÃO PAULO (Reuters) - A Terra Santa Agro deve encerrar o plantio de soja da safra 2017/18 nos próximos dias, com um atraso de uma semana ante o registrado no ciclo passado por causa da escassez de chuvas entre setembro e outubro, que também causou perdas para a companhia, afirmou nesta quarta-feira o CEO da empresa, Arlindo Moura.

Uma das maiores produtoras agrícolas do Brasil, a Terra Santa Agro perdeu cerca de 3 mil hectares de soja plantada por causa da seca, segundo Moura.

Conforme ele, a empresa optou por não executar o replantio, destinando essa área para algodão.

Assim, a companhia deve semear em torno de 100 mil hectares com soja na atual temporada, ante 103 mil hectares em 2016/17.

No caso do algodão, a área deve passar de 27 mil para 32 mil hectares, enquanto a de milho segunda safra cairá de 53 mil para 33 mil hectares.

O executivo não citou perspectivas de produção, mas comentou que a empresa já fixou a venda de 75 por cento da safra de algodão, 84 por cento da de soja e nada de milho, "porque o preço ainda não compensa".

Questionado sobre a grande fixação antecipada de soja da companhia, ele afirmou que a empresa aproveitou oportunidades, diante da expectativa de grande produção nos Estados Unidos, maiores produtores globais.

"Em março e abril deste ano, percebemos que a safra (de soja) norte-americana seria muito grande. E os estoques já estavam grandes. Então aceleramos o fechamento para não correr o risco de pegarmos preços baixos", explicou Moura.

O executivo afirmou ainda que a companhia deverá encerrar o plantio de soja nesta semana.

"Temos 92 por cento plantado. Vamos terminar nesta semana. Está atrasado em uma semana em relação ao ano passado, porque não choveu. As chuvas foram irregulares", destacou ele, no intervalo do XP Datagro Agrifinance, evento técnico-financeiro do agronegócio, que ocorre em São Paulo.

Embora de pouco dias, o atraso observado pela Terra Santa Agro é verificado em boa parte do país, dada a falta de chuvas nos momentos iniciais do plantio.

Conforme monitoramento da AgRural, até 2 de novembro a semeadura da oleaginosa da safra 2017/18 no Brasil estava em 43 por cento da área, contra 53 por cento há um ano.

MUSCULATURA

Sobre novos investimentos, Moura disse que não há nada no radar.

"Terminamos nossa renegociação financeira no ano passado e agora estamos ganhando musculatura", afirmou.

Moura referiu-se a uma renegociação de dívidas bancárias de mais de mais de 650 milhões de reais, concluída em setembro do ano passado, quando a empresa mudou o nome de Vanguarda Agro para o atual Terra Santa Agro.