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Raízen planeja incorporar capacidade de usinas da Tonon ao longo da próxima safra

13/11/2017 12h45

Por José Roberto Gomes

SÃO PAULO (Reuters) - A Raízen Energia, joint venture entre Cosan e Shell, planeja incorporar aos poucos a capacidade de moagem de cana das duas usinas da Tonon Bioenergia, adquiridas neste ano, em um processo que deve se estender pela próxima safra, afirmaram nesta segunda-feira executivos da Cosan em teleconferência com analistas e investidores.

A oferta pelas duas unidades (Santa Cândida e Paraíso), no valor de 823 milhões de reais, foi feita pela Raízen em junho, e a aquisição foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em agosto.

"Devemos, gradualmente, crescer a moagem dentro das novas unidades da Tonon, que têm capacidade de moer 5 milhões de toneladas (por temporada). Queremos capturar eficiência ao longo da próxima safra", afirmou o diretor de Relações com Investidores da Cosan, Guilherme Machado.

O próximo ciclo, o 2018/19, inicia-se no centro-sul do Brasil em abril do que vem.

"Estamos no início desse processo de trazer a moagem dessas unidades para dentro da nossa operação como um todo", acrescentou.

A unidade Santa Cândida, em Bocaina (SP), possui capacidade de moagem de cana-de-açúcar de aproximadamente 3,2 milhões de toneladas por safra.

A usina tem capacidade de produção de 123 milhões de litros de etanol ao ano e de 221 mil toneladas de açúcar, segundo informação do website da Tonon, empresa em recuperação judicial.

Já a Paraíso, em Brotas (SP), tem capacidade de moagem de 2,5 milhões de toneladas por safra e pode produzir 91 milhões de litros de etanol por safra, assim como 140 mil toneladas de açúcar.

Atualmente, a Raízen é o maior grupo sucroenergético do mundo, com outras 24 usinas e capacidade para moer quase 70 milhões de toneladas de cana por safra.

Para atual temporada, a Raízen pode processar até 63 milhões de toneladas.

ARGENTINA

Os executivos da Cosan também comentaram brevemente sobre o interesse da Raízen Combustíveis em ativos da Shell na Argentina.

"O processo na Argentina está sob confidencialidade... Mas estamos bastantes empolgados com a aquisição desses ativos. Estamos em um compasso de espera no timing do vendedor", afirmou o presidente-executivo da Cosan, Mario Silva.

A proposta vinculante para adquirir o negócio de refino, distribuição de combustíveis e lubrificantes da Shell na Argentina foi submetida em setembro.