Enel reduzirá investimento na América do Sul e elevará aportes em mercados maduros
MILÃO (Reuters) - A elétrica italiana Enel anunciou nesta terça-feira que concentrará 80 por cento do crescimento dos investimentos entre 2018 e 2020 na Itália, na península Ibérica e na América Central e do Norte, enquanto reduzirá os investimentos na América do Sul, uma região que o grupo acredita que pode enfrentar novos riscos.
Em seu plano de negócios 2018-2020, que prevê aportes totais de 24,6 bilhões de euros, o grupo italiano se comprometeu a gastar mais para modernizar suas redes em mercados maduros, como o dos Estados Unidos, a fim de se preparar para uma era em que eletrodomésticos estarão conectados à internet e a tecnologias de energias limpas.
Nesse sentido, a Enel explicou que grande parte dos 17 bilhões de euros que planeja investir nos próximos dois anos em mercados estabelecidos será destinada a redes de distribuição de energia e geração renovável.
Isso permitiria a instalação dos chamados "medidores inteligentes" de energia nas residências para aproveitar a chamada "internet das coisas", que permite que equipamentos domésticos como lavadores e geladeiras se conectem à rede.
Assim como outras elétricas de toda a Europa, a Enel está remodelando seu negócio para enfrentar a queda de suas margens nos negócios de geração tradicional, e quer oferecer novos serviços para atender melhor às demandas dos clientes e capturar novos usuários.
A Enel também disse que pretende vender mais 3,2 bilhões de euros em ativos até 2020. A empresa ainda deve destinar 2,3 bilhões de euros para comprar de volta ações de minoritários e 2 bilhões de euros para comprar ativos de distribuição de energia e negócios de soluções eletrônicas.
No Brasil, a elétrica já admitiu interesse em avaliar a possível aquisição de distribuidoras de energia que a estatal Eletrobras quer privatizar no início de 2018.
(Por Stephen Jewkes)
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