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Cenário externo é o principal risco para a inflação brasileira, diz Ilan

30/01/2018 11h13

SÃO PAULO (Reuters) - O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou nesta terça-feira que o principal risco no momento para a inflação é o cenário internacional, que está positivo mas, se houver reversão, pode levar a aumento de juros e impactar no fluxo de capital.

"Temos que saber escolher os riscos que consideramos mais prováveis e que a gente considera menos prováveis", afirmou Ilan durante evento em São Paulo, ao ser questionado sobre o que aconteceria com a inflação brasileira com eventual estouro da bolha de crédito na China ou se a inflação de alimentos voltar à tendência dos últimos anos.

"Um risco ruim é o cenário internacional, hoje benigno, deixar de ser... Uma atividade forte internacional que venha a elevar a inflação e, portanto, venha a tirar o juros muito baixo do cenário global", afirmou ele, acrescentando que esse movimento impactaria sobre o fluxo de capital, precificação de ativos e inflação.

"Esse é o risco que considero mais importante", disse o presidente do BC, afirmando ainda que, por outro lado, existe o risco de a inflação, hoje abaixo da meta, perpetuar. "A gente chama de risco, mas é benigno", completou.

Apesar do alerta, Ilan ressaltou que o ambiente global está "muito favorável", que tende a gerar consequência positiva para o Brasil e, assim, abrir uma janela de oportunidade para avançar na reforma da Previdência.

"O cenário global pode continuar positivo, na realidade, é o nosso cenário básico até aí (aprovar a reforma)? Pode. Mas nós deveríamos ser um pouco precavidos e tentar aprovar a reforma o mais cedo possível", acrescentou.

Ilan repetiu ainda que a inflação deve voltar para a meta oficial em 2018 e 2019. No ano passado, o IPCA ficou abaixo do piso do objetivo, de alta de 4,5 por cento, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Na próxima semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC se reúne novamente e a ampla expectativa dos agentes econômicos é de que a Selic seja reduzida em 0,25 ponto percentual, à nova mínima histórica de 6,75 por cento.

(Reportagem de Iuri Dantas)