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Itaú Unibanco vê agora manutenção da Selic em março, e não mais novo corte

08/02/2018 11h14

SÃO PAULO (Reuters) - O banco Itaú Unibanco mudou sua previsão e, agora, vê que a taxa básica de juros será mantida em março, encerrando o atual ciclo de afrouxamento monetário, contra visão anterior de mais um corte de 0,25 ponto percentual no mês que vem.

"Dada a clara intenção do comitê de encerrar o ciclo de cortes, a não ser que novos dados mostrem um panorama ainda mais favorável para a inflação, revisamos nossa projeção de taxa Selic de fim de ciclo para 6,75 por cento, nível que deve ser mantido ao longo de todo o ano", escreveu o economista-chefe do banco, Mario Mesquita, em nota divulgada nesta quinta-feira.

Na noite passada, o Banco Central desacelerou o passo e cortou a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, ao novo patamar recorde de 6,75 por cento ao ano, e sinalizou que o ciclo de afrouxamento na Selic deve acabar já no mês seguinte devido à melhor recuperação da atividade econômica no país.

"Para a próxima reunião (em março), caso o cenário básico evolua conforme esperado, o Comitê vê, neste momento, como mais adequada a interrupção do processo de flexibilização monetária", informou o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC em comunicado.

Também na véspera, antes da divulgação do resultado do Copom, Mesquita havia dito à Reuters que mantinha sua previsão de mais um corte em março justificando que a inflação está abaixo da meta.

Em nota, Mesquita, que já foi diretor de Política Econômica do BC, afirmou que a autoridade monetária ressaltou a "recuperação consistente da economia, uma descrição mais forte que a utilizada nas reuniões anteriores (recuperação gradual)".

Além disso, que "o cenário externo ainda é considerado favorável, na medida em que a recuperação da atividade econômica se torna mais disseminada no mundo, apesar da volatilidade recente das condições financeiras nas economias avançadas."

O corte de agora na Selic foi o 11º seguido no ciclo iniciado em outubro de 2016 e que já somou 7,5 pontos percentuais de redução diante do cenário de inflação fraca e retomada da atividade econômica após dois anos de profunda recessão.

(Por Patrícia Duarte)