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Omega Geração quer dobrar capacidade em eólicas e ter 1GW em até três anos

21/02/2018 17h13

Por Luciano Costa

SÃO PAULO (Reuters) - A elétrica Omega Geração , que opera atualmente usinas que somam cerca de 480 megawatts em capacidade, prevê praticamente dobrar seu parque gerador e alcançar 1 gigawatt em ativos operacionais nos próximos dois ou três anos, disse à Reuters o presidente da companhia, Antonio Bastos Filho.

A expansão da empresa focada em renováveis vem em um momento de forte crescimento da energia eólica no Brasil-- o país alcançou nesta semana a marca de 13 gigawatts (GW) em eólicas em operação, o que representa o oitavo lugar no ranking global de capacidade instalada em usinas da fonte.

A Omega realizou uma oferta inicial de ações (IPO) em julho de 2017 que levantou 593,6 milhões de reais com a emissão de novos papéis, em recursos que a companhia tem utilizado para tocar suas operações.

"Nós temos um alvo de nos próximos dois a três anos chegar a 1 GW, mas é um alvo referencial, não tem nada específico (já no radar neste momento)", disse Bastos.

A companhia deverá em 2019 elevar a capacidade a quase 600 megawatts, com a incorporação de usinas eólicas em implementação pela empresa-irmã Omega Desenvolvimento, enquanto o restante da expansão pretendida deverá se dar com aquisições.

"A gente tem olhado e feito avaliação de diversos ativos. Compramos ativos operacionais de quaisquer empresas ou desenvolvedores que queiram desinvestir", afirmou Bastos. "Temos por estatuto comprar ativos que estão perfomados, em operação. Entre as Omegas ou de qualquer terceiro", adicionou.

Fundada em 2008, a Omega tem um parque gerador formado principalmente por parques eólicos e algumas pequenas hidrelétricas. A companhia tem como principal acionista a gestora de recursos Tarpon Investimentos.

DESEMPENHO POSITIVO

Os parques eólicos da Omega, no Piauí e no Maranhão, têm se destacado entre os de maior rendimento do Brasil.

Um levantamento da consultoria ePowerBay apontou que uma das usinas da companhia no Piauí, a Testa Branca I, ficou entre as dez eólicas com maior fator de capacidade ao longo de 2017.

A companhia ainda conseguiu, em novembro passado, dominar o ranking de usinas eólicas mais eficientes, com os dez parques de maior fator de capacidade. Essas usinas, no Maranhão e Piauí, tiveram fatores de capacidade de entre 78 por cento e 93 por cento.

"Na região em que estamos... tem fatores de capacidade bastante altos, e no momento da 'safra' (de ventos), que é o segundo semestre para nós, temos obtido aí números bastante expressivos, como esses de novembro", afirmou Bastos.

"É uma confirmação importante você ter os 10 parques mais produtivos de uma empresa só (em novembro)", adicionou.

Para o executivo, uma combinação de queda nos preços das tecnologias renováveis e ganhos de eficiência têm permitido uma forte competitividade para usinas eólicas e solares, que deverão dominar a expansão da matriz elétrica do Brasil na próxima década.

"Acho que nos próximos dez anos, a gente considerar que três quartos da energia nova a ser contratada será originada em renováveis não é absurdo. Elas vieram para ficar", disse.

Negociadas a cerca de 18,29 reais nesta quarta-feira, as ações da Omega Geração acumulam valorização de mais de 17 por cento desde o IPO no ano passado.