Meirelles sinaliza plataforma de candidatura com continuidade de reformas
SÃO PAULO (Reuters) - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, aumentou o tom e esboçou nesta terça-feira uma plataforma de candidatura à Presidência, embora tenha repetido mais uma vez que tomará sua decisão em abril.
"Um projeto seria dar continuidade a tudo que está sendo feito no Brasil e fazer com que (continue) todo esse processo de modernização, com a reforma tributária, reforma do ensino médio, teto de gastos públicos, tudo isso que é muito importante para que o Brasil possa crescer nos próximos anos", afirmou Meirelles em entrevista à rádio FM Capital, de Campo Grande (MS).
Abril é o prazo para trocas partidárias e de desincompatibilização. Na véspera, o ministro admitiu que está conversando com o MDB e com "outros partidos" sobre a possibilidade de se filiar a uma nova legenda. Hoje, ele está filiado ao PSD. [nL2N1QG213]
Meirelles estaria negociando com o MDB uma mudança de partido para ser o candidato do governo, na hipótese do presidente Michel Temer não se candidatar à reeleição.
Na entrevista, o ministro ainda afirmou que a não aprovação da reforma da Previdência devido à intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro vai gerar despesas adicionais de cerca de 14 bilhões a 18 bilhões de reais, que podem ser planejadas para o orçamento de 2019.
A decisão do governo de intervir na segurança do Rio inviabilizou a reforma da Previdência uma vez que a Constituição não pode ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
"A intervenção federal no Rio vai durar, na pior das hipóteses, até o final do ano, e certamente haverá a retomada e votação da reforma da Previdência depois disso", disse ele em
Ele descartou, entretanto, uma nova CPMF, conhecida como o imposto do cheque, como solução para resolver as despesas com a Previdência.[nL2N1QC2EK]
"A CPMF resolveu o problema temporariamente (lá atrás), mas não é capaz de bancar o crescimento enorme das despesas da Previdência que aconteceram nos últimos anos. Não é solução para resolver o problema", disse ele.
(Por Camila Moreira)
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