Estácio amarga prejuízo líquido de R$12,8 mi no 4º tri após reestruturação interna
Por Gabriela Mello
SÃO PAULO (Reuters) - A Estácio Participações amargou um prejuízo líquido de 12,8 milhões de reais no quarto trimestre, ante lucro líquido de 124,3 milhões de reais no mesmo intervalo de 2016, em um resultado afetado por eventos não recorrentes e reestruturação interna.
Em dezembro, a companhia desligou centenas de professores, travando um embate com sindicatos que acabou chegando nos tribunais. A decisão, que conforme material de divulgação do balanço visava "ganhos de eficiência", gerou um impacto pontual de 117,1 milhões de reais no último trimestre do ano passado.
Descontando esses e outros itens extraordinários, a segunda maior empresa de ensino superior do país teve um lucro líquido ajustado 180,2 milhões de reais entre outubro e dezembro.
Já o desempenho operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado subiu 87 por cento ante o último trimestre de 2016, para 238,4 milhões de reais, com a margem Ebitda ajustada subindo 12,4 pontos percentuais, para 28,4 por cento.
A receita operacional líquida da Estácio no quarto trimestre cresceu 5,2 por cento ano a ano, para 838,5 milhões de reais, apoiada na alta de 8,9 por cento do tícket médio presencial e de 2,6 por cento no EAD. Ao mesmo tempo, as despesas comerciais, gerais e administrativas cresceram 113 por cento na mesma base comparativa, para 322,1 milhões de reais.
O fluxo de caixa operacional ajustado foi positivo em 306 milhões de reais no quarto trimestre, ante fluxo negativo de 58,3 milhões de reais um ano atrás. Com isso, a empresa encerrou 2017 com 524,4 milhões de reais em caixa, reduzindo a dívida líquida a 144,6 milhões de reais, ante 760,4 milhões de reais em dezembro de 2016.
A alavancagem medida pela relação dívida líquida sobre Ebitda caiu para 0,2 vez no fim de 2017, de 1,1 vez um ano antes.
A Estácio tinha 515,4 mil alunos matriculados em dezembro, alta de 1,5 por cento ano a ano. A base de estudantes no EAD cresceu 17 por cento, para 170,7 mil, enquanto a do presencial encolheu 4,8 por cento, para 344,7 mil.
Apoiada no novo marco regulatório para ensino à distância, a Estácio elevou a 394 o número de pólos EAD no quarto trimestre, ante 209 um ano atrás. Por outro lado, a empresa reduziu a 93 o total de unidades presenciais, após fechamento de quatro campi.
Em teleconferência com analistas e investidores sobre o balanço trimestral, o presidente da companhia, Pedro Thompson, disse que vê o segmento EAD como estratégico para o crescimento da Estácio em 2018, embora a nova regulação tenha acirrado a concorrência entre as instituições de ensino.
"Em relação ao preço em EAD, é uma verdade absoluta que vai ser mais competitivo, mas estamos conseguindo impor nosso ticket médio, ampliar pólos e manter uma captação saudável e dentro do esperado", afirmou o executivo.
Segundo Thompson, o principal desafio para as empresas de educação superior no país este ano será a receita, e a postura conservadora da Estácio em termos de precificação será visível no primeiro trimestre.
"2018 continuará sendo um ano de muito trabalho para Estácio, principalmente nas frentes para ganhos de eficiência", contou o presidente.
Às 11:54, as ações da Estácio subiam 4,76 por cento, cotadas a 34,99 reais, figurando entre os destaques positivos do Ibovespa, que subia 0,54 por cento.
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