Premiê da China espera que guerra comercial possa ser evitada e promete economia mais aberta
Por Kevin Yao e Philip Wen
PEQUIM (Reuters) - Demonstrando expectativa de que a China e os Estados Unidos possam evitar uma guerra comercial, o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, afirmou no encerramento da sessão anual do Parlamento que o país vai abrir mais sua economia, para que empresas estrangeiras e locais possam competir em pé de igualdade.
Temores de uma guerra comercial aumentaram depois que o presidente norte-americano, Donald Trump, adotou tarifas sobre as importações de aço e alumínio neste mês e, de acordo com fontes em Washington, os EUA devem apresentar novas tarifas visando especificamente a China até o final desta semana.[nL1N1R20AK]
"Espero que a China e os EUA ajam de forma racional, e não sejam levados pelas emoções, e evitem uma guerra comercial", disse Li a repórteres em entrevista a imprensa transmitida pela televisão.
Essas expectativas seriam prejudicadas se, como dizem fontes, Washington for adiante com os planos de novas tarifas de até 60 bilhões de dólares sobre tecnologia e bens de consumo da China anualmente, em uma medida para cumprir promessas de campanha de Trump de ser duro com a China e suas práticas comerciais.
Sem entrar em detalhes, Li disse que a China vai melhorar o acesso a seus setores de serviços e indústria, ao mesmo tempo em que reduz tarifas de importação como aquelas sobre medicamentos relacionados a câncer.
"A economia da China está tão integrada com a do mundo que fechar a porta da China seria bloquear nosso caminho para o desenvolvimento", disse Li.
"O objetivo da China é garantir que tanto as empresas domésticas quanto estrangeiras, e empresas sob todos os tipos de estruturas proprietárias, sejam capazes de competir sob termos justos no grande mercado da China."
TENSÕES COMERCIAIS
Quando o principal assessor econômico de Xi, Liu He, visitou Washington recentemente, a administração Trump o pressionou a encontrar maneiras de reduzir o superávit comercial da China de 375 bilhões de dólares com os Estados Unidos.
"Estamos relutantes em ver um grande déficit comercial, não só com os EUA", disse o primeiro-ministro chinês. "Esperamos que o comércio seja equilibrado".
Em suas observações, Li Keqiang disse que, à medida que a China ampliar o acesso aos seus mercados, não haverá transferências forçadas de tecnologia, e a China protegerá melhor os direitos de propriedade intelectual.
Trump diz que Pequim forçou empresas norte-americanas a transferir sua propriedade intelectual para a China como uma premissa para fazer negócios no país, embora a China tenha insistido que as transferências de tecnologia não são uma condição para obter acesso ao mercado.
Uma fonte com conhecimento direto sobre o pensamento da administração Trump disse à Reuters na semana passada que as tarifas que devem serem anunciadas nesta semana visariam principalmente tecnologia da informação, eletrônicos de consumo e telecomunicações e outros produtos que se beneficiam da propriedade intelectual dos EUA.
"Nós protegeremos rigorosamente a propriedade intelectual. Esperamos que este importante meio para equilibrar o comércio entre a China e os EUA não seja perdido, caso contrário, perderemos a chance de ganhar dinheiro", disse Li.
O primeiro-ministro disse ainda que a China está confiante em alcançar seus objetivos econômicos de 2018. O governo pretende expandir sua economia em cerca de 6,5 por cento este ano, tendo ultrapassado facilmente o mesmo objetivo em 2017.
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