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Temer critica invasão de competência do Judiciário em ações do Executivo

13/04/2018 20h24

Por Lisandra Paraguassu

LIMA (Reuters) - O presidente Michel Temer aproveitou uma pergunta sobre a decisão da Justiça de negar a prisão de seus amigos José Yunes e João Baptista Lima Filho para criticar o que chama de invasão de competência do Judiciário em questões do executivo.

"Eu não dou palpite sobre ação da Justiça, porque a coisa que eu mais prezo é a não invasão de competência. No Brasil se adotou muito essa forma, cada poder quer invadir a competência do outro, e eu prezo a separação de poderes, então quando um poder toma uma posição eu não interfiro, como não quero que interfiram como às vezes acontece na área do Poder Executivo. Não tenho nada a dizer sobre isso", disse, ao ser perguntado sobre a decisão da Justiça de não prender Yunes e Lima.

No início desta semana, a Justiça Federal negou ao Ministério Público o pedido de prisão preventiva dos dois e de outras seis pessoas. O MP avaliava que ambos, acusados de serem arrecadadores de propina de Temer, poderiam continuar cometendo crimes. A justiça, no entanto, considerou que não existem novas provas que justificassem a prisão.

Em uma cúpula cujo tema central é o combate de corrupção, Temer ainda foi questionado se isso lhe causava algum constrangimento. O presidente negou.

"Ao contrário, é um tema que enaltece o governo brasileiro, porque no governo brasileiro as instituições funcionam com toda regularidade, veja que não há impedimento em relação a qualquer apuração desse assunto, é uma coincidência absoluta em relação ao tema e aquilo que se apura", disse.

CHAPA PRESIDENCIAL

Temer, que ensaia se buscar nas urnas um novo mandato como presidente, desta vez desconversou sobre a possibilidade de encabeçar a chapa do MDB e disse que tem até julho para decidir.

"Isso nós vamos deixar correr, nós temos até julho, vamos dar tempo ao tempo", disse.

O ex-minitro da Fazenda Henrique Meirelles, que se filiou na semana passada ao MDB, também tenta se viabilizar como candidato do partido à Presidência.