Ibovespa recua para mínima desde janeiro com cenário negativo para emergentes
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice de ações da B3 fechou em queda de mais de 2 por cento nesta quarta-feira, na mínima da sessão, pressionado pela queda de blue chips diante de um cenário externo negativo para mercados emergentes.
O Ibovespa caiu 2,26 por cento, a 80.867 pontos, na mínima da sessão e menor fechamento desde 23 de janeiro. O giro financeiro da sessão somou 11,1 bilhões de reais.
Segundo o analista Régis Chinchila, da Terra Investimentos, o mercado segue pressionado pelas vendas de estrangeiros. Apenas em maio, o segmento Bovespa registra saldo negativo de capital externo de 2,785 bilhões de reais.
Chinchila também citou efeito negativo do exterior, com reavaliações sobre risco político, além de dados frustrantes da zona do euro e crise na Turquia, que preocupam. O índice MSCI para ações de mercados emergentes caiu 0,52 por cento.
"O mercado brasileiro experimenta uma série de incertezas e ainda é 'hedge' em matéria de liquidez para muitos mercados", acrescentou operador da BGC Liquidez Alexandre Soares.
Também no radar esteve a greve dos caminhoneiros contra o aumento do preço do diesel. Setores da economia já têm problemas decorrentes da paralisação no transporte de cargas.
DESTAQUES
- ELETROBRAS ON desabou 11,47 por cento e ELETROBRAS PNB despencou 9,42 por cento, após o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmar na véspera que a Medida Provisória 814, que trata da privatização da elétrica estatal, não será votada pelo Congresso Nacional e perderá a validade.
- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON caíram 5,83 e 4,47 por cento, respectivamente, diante de dúvidas sobre autonomia da empresa diante do imbróglio em torno dos preços dos combustíveis, abrindo espaço para realização de lucros após fortes ganhos em 2018. O petróleo fechou sem direção única no exterior. A Petrobras também anunciou nova redução para os preços da gasolina e do diesel nas suas refinarias.
- VALE recuou 0,76 por cento, conforme os preços do minério de ferro voltaram a recuar na China.
- BRADESCO PN e ITAÚ UNIBANCO PN caíram 2,63 e 1,89 por cento, respectivamente, após o respiro na véspera, retomando a trajetória negativa deste mês, com ambos os bancos acumulando queda ao redor de 10 por cento em maio.
- BRF cedeu 3,2 por cento. A empresa de alimentos suspendeu as atividades em quatro unidades de abate de frangos e suínos nesta manhã e a paralisou parcial ou totalmente operações de outras nove fábricas, em razão da greve dos caminhoneiros.
- MARFRIG disparou 7,59 por cento, após a empresa anunciar que o processo de venda da unidade Keystone Foods avançou para a segunda fase e que foram selecionadas cinco empresas para essa etapa, que prevê apresentação de proposta vinculante em junho, informou a empresa. [L2N1SU0PL]
- COSAN avançou 1,46 por cento, revertendo perdas do começo da sessão, em meio a avaliação de que o acordo que envolve a redução da Cide sobre preços de combustíveis deve ter efeito negativo pequeno para a produtora de açúcar e etano.
(Por Paula Arend Laier)
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