PESQUISA- Economia mantém passo no 1º tri e deve acelerar a seguir
Por Bruno Federowski
BRASÍLIA (Reuters) - A economia provavelmente expandiu pelo quinto trimestre consecutivo nos primeiros três meses de 2018, mostrou nesta sexta-feira pesquisa da Reuters com economistas, sugerindo que temores quanto a uma possível desaceleração podem ser exagerados.
De fato, os participantes do levantamento esperam que o crescimento acelere nos próximos trimestres, decididamente virando a página da recessão mais profunda em décadas.
O Produto Interno Bruto (PIB) deve ter crescido 0,4 por cento em relação ao quarto trimestre, de acordo com a mediana de 28 estimativas compiladas pela Reuters, ritmo mais alto do que nos dois trimestres anteriores.
Nenhum dos economistas previu contração a despeito de uma série de indicadores econômicos decepcionantes envolvendo desde vendas no varejo e produção industrial ao setor de serviços. O índice de atividade econômica do Banco Central, que acompanha de perto o resultado do PIB, caiu 0,13 por cento no primeiro trimestre.
"A recuperação econômica é lenta, mas ainda é uma recuperação. As coisas vão melhorar daqui para frente, mas devagar," disse o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira.
Juros na mínima histórica ajudaram a reviver a maior economia da América Latina após contração de quase 8 por cento no período de 2015-16, embora o desemprego elevado e a ampla capacidade ociosa venham limitando o repique.
Todos os 20 economistas que responderam a uma questão adicional afirmaram que o consumo deve crescer, estimulado pela inflação baixa e pelo crédito barato. Dezesseis de 21 projetaram que o investimento vai subir pelo quarto trimestre seguido apesar da incerteza relacionada às eleições deste ano.
Os resultados pintam um quadro amplamente otimista para o crescimento daqui para frente mesmo após sinais de instabilidade no início do ano levarem o governo a cortar sua projeção para a expansão do PIB em 2018 a 2,5 por cento, sobre 2,97 por cento.
Os dados, que serão divulgados em 30 de maio às 9h, provavelmente mostrarão que o PIB subiu 1,3 por cento frente ao ano anterior, segundo a mediana de 29 estimativas, o ritmo mais lento desde o segundo trimestre do ano passado.
Mas o crescimento deve acelerar no segundo trimestre, disseram 19 de 22 economistas, sinal de que a tendência segue positiva. O governo vem repetidamente afirmando que os investimentos e o consumo de bens duráveis, medidas comuns das perspectivas de médio prazo, vêm crescendo com força mesmo enquanto o consumo de bens não duráveis tropeça.
Economistas do Itaú, maior banco privado do país, previram que o PIB no segundo trimestre deve subir 2,2 por cento em relação ao ano anterior, o que marcaria a expansão mais rápida desde o primeiro trimestre de 2014.
(Edição de Patrícia Duarte)
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