Instituições de ensino superior e básico suspendem aulas em meio à greve de caminhoneiros
Por Gabriela Mello
SÃO PAULO (Reuters) - Os efeitos da greve de caminhoneiros já vão além da crise de desabastecimento e começam a ser sentidos no setor de educação, com universidades e escolas em várias partes do país decidindo suspender as atividades diante da dificuldade de professores e alunos em comparecer às aulas.
Motoristas autônomos iniciaram na segunda-feira passada um protesto nacional contra tributos que elevam o custo do diesel, bloqueando estradas e rodovias do país, um movimento que se refletiu no abastecimento de itens alimentícios e combustíveis.
O governo federal cedeu a uma série de reivindicações da categoria, mas ainda restavam mais de 500 pontos de bloqueio em estradas do país nesta segunda-feira e a expectativa é de que a retomada das atividades pelos caminhoneiros será lenta.
O impacto da falta de combustíveis na circulação de transportes públicos e no funcionamento de aeroportos já compromete vários setores da economia, incluindo instituições de ensino superior e básico.
A Kroton Educacional, maior grupo de ensino superior do país, cancelou as aulas desta segunda-feira e estuda a necessidade de suspender as atividades também na terça e quarta-feiras.
"Os estudantes estão sendo comunicados via SMS e por meio das lideranças acadêmicas sobre mudanças no cronograma das aulas", disse a Kroton em nota, acrescentando que avaliações de alunos previstas para esta semana estão sendo reagendadas.
Também procuradas pela Reuters, a Estácio Participações não respondeu ao pedido de comentário, enquanto a Ser Educacional informou suspensão das atividades em alguns campi da Uninassau e da Uninabuco, no Nordeste, e também da Univeritas e da UNG em São Paulo e Rio de Janeiro.
"As avaliações da situação dos transportes estão ocorrendo constantemente para acréscimo ou retirada de unidades da lista", explicou a Ser em comunicado, destacando que as aulas serão repostas ainda dentro do cronograma inicial do calendário acadêmico.
No segmento de educação básica, o Grupo SEB manteve as portas abertas em todas as escolas, com exceção de Salvador (BA), onde todas pararam, disse o empresário Chaim Zaher.
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