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Educação básica ainda tem muito espaço para consolidação no Brasil, diz Warburg Pincus

05/06/2018 14h29

SÃO PAULO (Reuters) - O mercado de educação básica no Brasil ainda oferece muitas oportunidades a grupos de private equity e o sucesso dos investimentos dependerá cada vez mais da capacidade de integração dos ativos adquiridos, disse nesta terça-feira o diretor da Warburg Pincus do Brasil, Henrique Muramoto.

Em agosto passado, a gestora norte-americana de private equity adquiriu uma participação minoritária relevante na Eleva Educação, que atuamente conta com uma base total de 52 mil alunos e 4.300 funcionários em sete grandes redes de escolas no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.

De acordo com Muramoto, o mercado de educação básica no país movimenta cerca de 60 bilhões de reais e ainda é bastante fragmentado. "Além disso, tem pouca dependência do governo, com menos complexidade regulatória e pouco profissionalizado em gestão", disse.

No caso da Eleva, a estratégia por enquanto é de expansão regional em mercados onde se tem marca forte, de acordo com Muramoto. "Tem tanto espaço para consolidação, por enquanto nosso foco ainda é uma expansão regional... Adensar cidades e adensar Estados onde se tem marca forte é a nossa estratégia", afirmou.

No longo prazo, contudo, ele vê potencial para expansão de marcas fortes a nível nacional. "A questão nacional está no radar das principais redes no longuíssimo prazo", comentou o diretor da Warburg Pincus no Brasil.

Questionado sobre a aquisição da Somos Educação pela Kroton Educacional por 4,6 bilhões de reais no fim de abril, Muramoto disse que o aumento da concorrência no segmento de ensino básico ainda não preocupa.

"É mais um grupo grande com bastante capital entrando no setor, mas já tínhamos um competidor bastante competente antes e haverá outros com certeza", afirmou.

Segundo Muramoto, o principal diferencial dos grupos que atuam neste mercado será a integração dos ativos. "O setor é tão fragmentado que nos preocupamos menos com competição e mais em integrar bem as aquisições", disse, acrescentando que por ora não há planos de investir em outros grupos além da Eleva.

(Por Gabriela Mello)