Dólar cai mais de 2% após BC reforçar atuação e volta a R$3,73
Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar caiu mais de 2 por cento e terminou no patamar de 3,72 reais nesta sexta-feira, acumulando pequena alta semanal após a injeção de pouco mais de 20 bilhões de dólares pelo Banco Central no mercado cambial e a promessa de continuará atuando na próxima semana, mas em volume menor.
O dólar recuou 2,15 por cento, a 3,7300 reais na venda, acumulando, na semana, alta de 0,63 por cento.
Na mínima do dia, a moeda norte-americana foi a 3,7159 reais. O dólar futuro tinha baixa de cerca de 2 por cento.
"As intervenções do BC têm ajudado a conter pressões de alta no curtíssimo prazo, verdade seja dita. Mas as incertezas quanto ao próximo governo continuarão a ser um fator negativo para os mercados locais. Hoje, soma-se um exterior menos favorável para os ativos de risco", comentou a corretora Guide em relatório.
Na noite passada, o BC informou que fará de 18 a 22 de junho oferta adicional de 10 bilhões de dólares em contratos de swap cambial, equivalentes à venda da moeda no mercado futuro, e que não descarta ultrapassar consideravelmente os limites do que a autoridade monetária já fez no passado.
O volume é a metade do que anunciou para esta semana em novos swaps, além dos leilões diários de 750 milhões de dólares que já vinha fazendo antes. O BC reafirmou ainda que colocaria todo esse volume em swaps até essa sessão, que somava o equivalente a 24,5 bilhões de dólares, o que de fato fez.
Nesta sessão, o BC realizou três vendas, primeiro 35 mil novos swaps e, depois, duas de 40 mil.
Além disso, anunciou e vendeu integralmente a oferta de até 8.800 swaps cambiais tradicionais para rolagem do vencimento de julho. Já rolou 4,84 bilhões de dólares do total de 8,762 bilhões de dólares que vence no mês que vem.
"Podemos dizer que o Banco Central foi bem-sucedido. O dólar teve uma alta tímida mesmo numa semana em que as decisões do Fed e do BCE foram no sentido do fortalecimento do dólar", comentou o operador da corretora H.Commcor, Cleber Alessie Machado, ao lembrar que o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, indicou quatro altas de juros neste ano, enquanto o Banco Central Europeu (BCE) só pretende subir as taxas em meados de 2019, além de manter o programa de compra de títulos até o final do ano.
O mercado doméstico piorou nas últimas semanas após a greve dos caminhoneiros, em maio, elevar as preocupações com a deterioração do quadro fiscal do Brasil, com a redução do preço do diesel gerando impacto bilionário sobre as contas do governo.
Além disso, pesquisas eleitorais mostraram dificuldade dos candidatos que o mercado considera como mais comprometidos com ajustes fiscais de ganhar tração na corrida presidencial.
"O fato de o BC falar o valor que pretende ofertar acaba favorecendo a especulação", afirmou um operador de câmbio de uma corretora nacional ao criticar o anúncio do montante a ser injetado no mercado.
A cena externa também tem ajudado a pressionar as cotações no mercado local, sobretudo com a expectativa de que os juros nos Estados Unidos subam mais e acabem atraindo recursos aplicados hoje em outras praças, como a brasileira.
No exterior, o dólar rondava a estabilidade ante uma cesta e exibia queda ante a maioria das divisas de países emergentes, como o peso mexicano.
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