Dólar tem com leve alta ante real, com exterior e cena política
Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou esta terça-feira com pequena alta ante o real, de olho na trajetória da moeda norte-americana ante outras divisas de países emergentes e ligadas a commodities no exterior e tendo como pano de fundo a fiscalização do Banco Central, que pode atuar a qualquer momento no mercado de câmbio.
A cena eleitoral também esteve no foco dos investidores, a poucos meses das eleições presidenciais de outubro ainda marcadas por incertezas.
O dólar avançou 0,53 por cento, a 3,7980 reais na venda, após marcar mínima do dia de 3,7623 reais e máxima de 3,8005 reais. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,50 por cento no final da tarde.
"Estamos observando uma dinâmica mais estável (para os ativos de risco), sem novidades relevantes no cenário. Os sinais de fragilidade, contudo, ainda permanecem", escreveu o chefe de multimercados da gestora Icatu Vanguarda, Dan Kawa.
No exterior, o dólar subia ante uma cesta de moedas, e operava misto ante as divisas de países emergentes, em alta ante o peso mexicano e queda ante o rand sul-africano.
Como pano de fundo, seguiam as preocupações com o recente conflito comercial entre Estados Unidos e seus parceiros comerciais, especialmente a China.
Internamente, o BC seguiu monitorando o mercado de câmbio, tendo anunciado para esta sessão apenas a oferta de até 8.800 swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, para a rolagem dos contratos que vencem em julho.
A autoridade vendeu o lote integral, já rolando 7,920 bilhões de dólares do total de 8,762 bilhões de dólares que vence no mês que vem. Se mantiver e vender esse volume diariamente até o final do mês, fará a rolagem integral.
Embora tenha anunciado na última sexta-feira a continuidade de suas atuações no mercado de câmbio nesta semana, sem especificar volumes, o BC ainda não fez leilão de novos swaps nestes dois pregões.
Como pano de fundo, os investidores seguiram cautelosos ainda o cenário político local, após o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), remeter para decisão do plenário da corte o julgamento de um recurso apresentado pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que pede a liberdade do petista, preso desde o início de abril.
Lula pode vir a atuar como cabo eleitoral de um candidato que, na visão do mercado, seja menos comprometido com reformas e ajuste fiscal.
O mercado também se incomodou com a decisão da 2ª Turma do STF de soltar o ex-ministro petista José Dirceu, que cumpria pena por condenação a 30 anos e 9 meses de prisão por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa na operação Lava Jato.
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