Sindicatos mantêm posição e defendem veto do governo ao acordo entre Embraer e Boeing
SÃO PAULO (Reuters) - Sindicatos de metalúrgicos da Embraer no Estado de São Paulo saíram de reunião com dirigentes da companhia cobrando do governo federal veto ao acordo da fabricante brasileira de aviões com a norte-americana Boeing.
A reunião havia sido pedida pelas entidades sindicais antes do anúncio na semana passada de acordo para a venda da área de jatos comerciais da Embraer para a Boeing. Os sindicatos estimam que a companhia já demitiu este ano cerca de 300 trabalhadores em sua principal fábrica, em São José dos Campos (SP).
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"É evidente que esse acordo vai beneficiar exclusivamente a Boeing. Por isso, continuaremos a pressionar o governo federal para que vete a entrega da Embraer", afirmou em comunicado à imprensa Herbert Claros, diretor do sindicato dos metalúrgicos de São José dos Campos.
Na véspera, Dyogo Oliveira, presidente do BNDES, um dos maiores acionistas da Embraer, afirmou que a companhia "não vai valer muita coisa" em alguns anos se não fizer uma aliança com a Boeing.
Os sindicalistas cobraram na reunião com o presidente da Embraer, Paulo Cesar de Souza e Silva, garantia de emprego aos funcionários da companhia e ouviram uma recusa do executivo, segundo a entidade.
"O fato de o presidente da Embraer se recusar a garantir estabilidade no emprego para os trabalhadores é bastante preocupante. Vimos isso como um sinal claro de que os trabalhadores brasileiros estão de fato com seus empregos ameaçados", disse Claros.
Procurada, a Embraer disse que não comenta declarações de sindicatos, mas afirmou que "vem mantendo estável o volume de empregos no Brasil. A movimentação de pessoas nos últimos meses está dentro da rotatividade (turnover) natural da empresa".
Na terça-feira (10), a companhia aérea norte-americana JetBlue, uma das principais clientes da Embraer no mundo, anunciou que decidiu trocar sua frota de aviões da fabricante brasileira por modelo produzido pela parceria Airbus-Bombardier.
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